Campo Grande

22/09/2020 09:30

Réu por feminicídio, Rômulo se cala diante de juiz e defesa pede devassa nas contas de Grazi

Contas bancárias serão periciadas para saber se vítima está viva

22/09/2020 às 09:30 | Atualizado 22/09/2020 às 17:01 Thiago de Souza
Reprodução Facebook

Rômulo Rodrigues Dias, 35 anos, ficou em silêncio durante audiência de instrução, no processo em que é acusado de matar e ocultar o cadáver da esposa, Graziela Pinheiro Rubiano, por volta do dia 5 de abril deste ano, no Jockey Clube, em Campo Grande. 

Conforme relatório da audiência, presidida pelo juiz Aluizio Pereira dos Santos, Rômulo ficou mudo e só os advogados falaram por ele. A defesa insiste na tese que Grazi, como era conhecida, está viva. Por isso, pediu o rastreamento das contas bancárias dela, a fim de mostrar que ela está vivendo em outro local. O juiz e o Ministério Público aceitaram o pedido da defesa para promover a devassa nas contas bancárias da vítima.

A audiência desta segunda-feira (21) foi feita para concluir os depoimentos iniciados no dia 25 de agosto. 
 
O crime

Segundo denúncia do MPE, Rômulo assassinou a esposa, provavelmente no dia 5 de abril. O relacionamento, segundo a peça, era abusivo, mas Grazi não conseguia se desvencilhar, já que o réu ameaçava se matar. 

O crime teria ocorrido na edícula que os dois moravam, na rua dos Ipês. Assim que notaram o desaparecimento de Grazi, as amigas de trabalho e de curso técnico entraram em contato com Rômulo e este teria dito que ela teria fugido de casa para namorar uma mulher, no Paraná. 

No entanto, a versão do réu gerou desconfianças, já que a vítima era tida como responsável e correta em suas ações. 

Provas

Segundo apurado pela perícia, manchas de sangue foram encontradas na edícula e no carro do casal, sendo na calçada da residência, no interior do tanque de lavar roupas, numa escova de lavar roupas e em uma toalha. A acusação também aponta contradição nos depoimentos de Rômulo. 

Para o MPE, Rômulo criou uma narrativa fantasiosa para ocultar o assassinato e a ocultação do cadáver, que até hoje não foi descoberto. 

Após a perícia nas contas da vítima, o juiz deve marcar o julgamento do Rômulo, que está preso desde o dia 17 de junho.