26/09/2020 13:30
MS antes e depois da pandemia mostra desastre humanitário
Registros de óbitos vêm dos cartórios brasileiros
A comparação entre o registro de óbitos, antes e depois da pandemia, em Mato Grosso do Sul, mostra que agosto deste ano foi bem mais letal. O oitavo mês de 2020 teve quase 400 mortes a mais se comprado ao mesmo mês de 2019.
Os dados são da seção de registros do Portal da Transparência do Governo Federal. A primeira morte pela doença em solo guaicuru foi em 31 de março, em Batayporã.
Os números mostram que os registros de óbitos pelos cartórios em 2019 e 2020 eram quase os mesmos. Foi a partir de julho que o quadro se agravou.
Em abril de 2019, o Portal apontou 1.302 registros de óbitos emitidos. No mesmo mês de 2020, foram 1.229 registros. Em maio de 2019, eram 1.395 os registros emitidos. No ano seguinte, foram 1.314
Surpreendentemente, em junho do ano passado foram emitidos 1.431 registros de óbitos. No mesmo mês deste ano, foram 1.378 mortes. Em julho também houve pouca diferença entre mortes. No ano passado foram 1.619 e 2020 foram 1.672.
A diferença mesmo veio no oitavo mês do ano. Em agosto de 2019 houve 1.485 registros de óbitos, já neste ano são 1.879. Em Campo Grande, o número de mortes registradas em agosto de 2019 foi de 560, contra 757 em agosto deste ano. Conforme a Secretaria Estadual de Saúde, a covid-19 matou 452 pessoas em MS, o que se aproxima dos dados vindos dos cartórios.
Em 2020, Campo Grande teve 197 mortes a mais que em 2019. (Foto: Chico Ribeiro)
Brasil
Em nível nacional, houve o mesmo fenômeno no que se refere a mortes no mês de agosto. Em comparação com agosto de 2018 (112.573 óbitos), 2020 registrou um acréscimo de 12,6% mortes, já com relação a 2017 (112.116) foram 13% a mais este ano, enquanto que na comparação com 2016 (108.070), o percentual de aumento em 2020 é de 17,3%. Esses dados são do IBGE, que também usa como fonte primária a base de dados dos cartórios brasileiros.
Até esta quinta-feira, MS apresenta 61.794 casos e cerca de 1.130 mortes.