há 4 anos
'É política de governo maltratar mulheres', diz médico que fez aborto em menina grávida
Olímpio Morais Filho criticou portaria a que obriga médicos a chamarem a polícia em caso de aborto legal
O obstetra Olímpio Moraes Filho, que conduziu o aborto na menina de 10 anos grávida vítima de estupro, criticou a portaria editada pelo Ministério da Saúde, na sexta-feira (28/08), que, além de outras medidas, obriga os médicos que atenderem casos de aborto legal a comunicarem a polícia assim que tiverem contato com a paciente.
Segundo o site Metropoles, para o médico, a norma editada pela pasta representa uma política de misoginia promovida pelo governo de Jair Bolsonaro, cujo único objetivo é “causar sofrimento para as mulheres”.
Apesar de a portaria ser assinada pelo ministro interino da Saúde, Eduardo pazuello, o médico acredita que a norma foi editada como resposta depois que a ministra de Mulher, Família e Direitos Humanos, Damares Alves, tentou interferir no caso da menina de 10 anos, de São Mateus, no norte do Espírito Santo, que ficou grávida após ter sido estuprada por um tio, que está preso no estado.
“Foi um atuação desastrosa. A Damares é desastrosa por ela mesma e desenvolve uma política desastrosa. Age sem nenhum embasamento. Vejo as entrevistas dela e a conclusão que chego é de que ela não entende nada que está fazendo. Só desenvolve essa política de misoginia e fundamentalismo religioso, que valoriza mais o embrião do que a mulher”, destacou o médico pernambucano.