Campo Grande

20/08/2020 07:00

Paraplégico após levar tiro em venda de moto, jovem teme que criminoso saia impune

Crime ocorreu em 2019, mas inquérito só foi concluído em agosto

20/08/2020 às 07:00 | Atualizado 20/08/2020 às 11:42 Thiago de Souza
arquivo pessoal

Paulo Henrique Brito, 28 anos, vive diante de uma grande angústia: ele teme que o rapaz que o baleou e o deixou paraplégico fique impune. O crime ocorreu em novembro de 2019, em Campo Grande, e o inquérito só agora deixou a delegacia para ser apreciado pelo Ministério Público. 

Brito diz que sua vida foi destruída por esse fato e, às vezes, chega a pensar até pensar em botar um ponto final em sua existência. 

Segundo a vítima, em 2018, ele tinha uma moto Srad 750 cilindradas e se interessou por uma GSX S1000 cilindradas, anunciada na internet. Ele e o vendedor fizeram negócio, mas segundo Paulo Henrique, o vendedor desistiu e queria a moto de volta.

Porém, Brito já tinha feito melhorias na motocicleta e disse que poderia devolvê-la, desde que o valor investido por ele também fosse devolvido.

Ainda segundo o relato, o suspeito não quis pagar o valor já investido por Paulo Henrique. Tempos depois, esse suspeito teria pedido ajuda a um amigo policial, a moto foi apreendida e voltou para as mãos dele. 

Paulo Henrique ficou indignado ao ver que o suspeito ficou com as duas motos e entrou na Justiça. Em novembro de 2019, ele foi até a casa do vendedor pedir satisfações e os dois conversaram. 

"Ele me disse que era para eu esperar a Justiça. Nisso, o carro do pai dele apontou na rua e eu falei que ia pedir para o pai dele ajudar a resolver o problema. Quando eu fui na direção do carro, ele sacou uma pistola e atirou’’, relembra Paulo Henrique. 

Moto Ished que deveria estar com Paulo Henrique. (Foto: arquivo pessoal)

O suspeito, diz o relato, ainda atirou mais duas vezes contra Brito e depois fugiu. Paulo Henrique conta que a mãe do criminoso colocou uma faca ao lado dele, a fim de parecer que o filho atirou em legítima defesa. 

Além do abalo psicológico, Paulo sofre com muitas dores no corpo e ainda vive a sombra de ver o criminoso ficar livre ao alegar legítima defesa. 

Defesa 

O advogado Paulo Macena, que defende Paulo Henrique, esclareceu que o inquérito demorou em razão do cliente ter passado muito tempo internado. Ele disse que o delegado João Reis Bello, da 5ª DP, indiciou o suspeito por homicídio doloso na forma tentada. 

A faca, que teria sido plantada no local do crime, foi encontrada e está sendo periciada. Este é o motivo que mais causa aflição em Paulo Henrique. 

No entanto, o advogado acredita que o agressor será denunciado à Justiça, já que existem elementos que comprovam a autoria e materialidade do fato. 

‘’No mais, a prova maior está viva, porém com sequelas gravíssimas’’, concluiu o defensor.