12/08/2020 09:00
Bolsonaro corta R$ 13 milhões em recursos e prejudica ações da segurança pública em MS
O governo federal cortou 1/3 dos recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública para o Estado e isso pode abrir "de vez" as portas para o tráfico de drogas e armas no país
O governo de Jair Bolsonaro cortou cerca de R$ 13 milhões de recursos do Fundo Nacional de Segurança Pública destinados a Mato Grosso do Sul. O estado foi penalizado pelas mudanças nos critérios de divisão do fundo mesmo com os 1.550 km de fronteira com o Paraguai e a Bolívia e bater recorde na apreensão de drogas.
Pelos critérios anteriores, Mato Grosso do Sul receberia R$ 39,5 milhões do fundo nacional, a segunda maior fatia, atrás apenas de São Paulo, com R$ 50 milhões. Agora, o repasse para o Estado fronteiriço caiu para apenas R$ 26,4 milhões.
A queda no repasse foi anunciada pela Secretaria Nacional de Segurança Pública (Senasp) na última sexta-feira (7) e ameaça prejudicar operações da Secretaria de Operações Integradas (Seopi), entre elas a Operação Hórus, realizada por policiais do estado.
Surpreendido pela mudança repentina, o secretário de Justiça e Segurança Pública do Estado, Antonio Carlos Videira, enviou ofício à Senasp solicitando reconsideração das mudanças e, na próxima quinta-feira (13), viaja para Brasília onde, com representantes de outros estados prejudicados, vai tentar reverter a situação. Outros estados fronteiriços, como Rondônia, Mato Grosso, Amazonas e Roraima, também foram duramente prejudicados pela alteração repentina.
Para Videira, a queda de 12 posições de Mato Grosso do Sul no ranking de repasse coloca em risco a segurança de todo o país, “abrindo as portas” para a entrada de armas e drogas. “Penalizar o estado com inexplicável rebaixamento no rateio 2020, rebaixando de 2º para 14º lugar (...) significa ignorar os incomensuráveis esforços de todos os profissionais de segurança pública do estado que diuturnamente trabalham para a cada dia superar os já relevantes índices de enfrentamento da criminalidade e certamente refletirá nos grandes centros urbanos, pois o enfraquecimento das forças de segurança sul-mato-grossenses significa o afrouxamento do dos obstáculos de entrada de drogas, armas e munições no Brasil”, argumentou o secretário sul-mato-grossense.