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30/07/2020 20:48

AVE MARIA: mais de mil padres usam carta para criticar Jair Bolsonaro

152 bispos também assinaram manifesto contra o chefe da Nação

30/07/2020 às 20:48 | Atualizado 30/07/2020 às 21:08 Thiago de Souza
Marcos Correa -PR

Cerca de 1.050 padres brasileiros assinaram uma carta de repúdio ao presidente da República Jair Bolsonaro. O manifesto foi divulgado nesta quinta-feira (30). 

Conforme o G1, a carta com críticas ao presidente foi feita em apoio a outro manifesto,  escrito por 153 bispos da Igreja Católica e que foi publicado pela Folha de São Paulo antes de ser divulgado oficialmente.  A carta expõe, de forma mais clara, correntes da igreja que são contra e a favor do atual governo. Grupos conservadores, que apoiam Bolsonaro já haviam reagido ao documento dos representantes do episcopado,  com a "Carta ao Povo de Deus", divulgada pela Folha. 

A carta assinada pelos bispos que são contrários ao presidente destacou que, além da crise sanitária, há o que chamaram de ''colapso financeiro'' e responsabilizam o chefe do Executivo por parte dos problemas. 

'Agir em favor de toda a população'

Os padres afirmam que a manifestação dos bispos brasileiros está em ''profunda comunhão com o papa Francisco e seu magistério e em comunhão plena com a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB)" e oferece ao povo "luzes para o discernimento dos sinais nestes tempos tão difíceis da história do nosso País".

Segundo o documento dos padres, os governantes "têm o dever de agir em favor de toda a população, de maneira especial os mais pobres", mas "não tem sido esse o projeto do atual governo", que "não coloca no centro a pessoa humana e o bem de todos, mas a defesa intransigente dos interesses de uma economia que mata, centrada no mercado e no lucro a qualquer preço".

Ainda segundo o exposto na carta pelos padres, a indignação contra o presidente se dá pelo que chamam de ‘’desdém’’ para com a vida de seres humanos e também da ‘’nossa irmã, a Mãe Terra’’, se referindo ao meio ambiente. 

A carta dos bispos seria divulgada oficialmente na quarta-feira (22), porque estava em avaliação pelo Conselho Permanente da CNBB. No entanto, a mensagem chegou à Folha de SP, que publicou o manifesto no final de semana passado.