30/05/2020 13:30
Motoristas de app dobram horas de trabalho na pandemia, mas faturamento está em queda livre
Mesmo tomando todos os cuidados necessários contra a covid-19, setor sofre perdas financeiras com redução da circulação de pessoas
A pandemia do novo coronavírus gerou caos em todos os setores e, com os motoristas de aplicativo, a ‘pancada’ não foi diferente. De acordo com dados da Aplic-MS (Associação dos Parceiros de Aplicativos de Transporte de Passageiros e Motoristas Autônomos do Estado), no primeiro mês de pandemia houve queda de 40% nas corridas diárias.
No terceiro mês de combate à covid-19, a situação dos profissionais continua complicada. O motorista Maicon Roberto Montanher, 31 anos, que atua no seguimento há dois anos e meio, afirma que conta com a ajuda da esposa porque as corridas estão mais difíceis que ser premiado em consórcio.
“Trabalho com sete aplicativos, o movimento está muito fraco, ter corrida agora é igual consórcio, alguns são contemplados. Uns estão sem dinheiro, quem tem guarda, com medo da pandemia, já que não sabemos quando isso vai passar. Graças a Deus, minha mulher está trabalhando, só eu seria complicado”, diz o profissional.
Ele afirma que antes ficava de oito a nove horas trabalhando. “Agora fido de 14 a 15 horas trabalhando e, mesmo assim, ainda não dá para fazer o que fazia antes. Tem motorista pegando corrida por preço de banana, negociando pelo melhor preço, trabalhando praticamente de graça, aí que complica. Agora está melhorzinho em comparação com as duas primeiras semanas, não tinha nenhuma corrida, agora pessoal começou a sair um pouco, lucro era sexta, sábado, e domingo, com as festas. Sem festa, caiu muito”.
Assim como Maicon, Valdinei de Souza, 33 anos, afirma que o movimento está fraco. Ele destaca que ficou duas horas esperando por uma corrida e desistiu de continuar aguardando. “Eu fui para minha casa. Junta fim de mês com pandemia e complica muito. Não é apenas nosso setor, todos foram afetados. Trabalhamos dez, doze horas por dia, nesse período de pandemia, meu faturamento diminuiu muito. Antes da pandemia, dava para tirar dinheiro relativamente bacana, agora, os valores já não são iguais. Devido à pandemia, caiu muito, é geral isso”.
Valdinei afirma que toma os devidos cuidados contra o coronavírus. “Eu ando com vidro aberto, com água sanitária para desinfetar, fico de máscara também. Quando termino uma corrida, eu desinfeto maçanetas, bancos, para prevenir”.