Política

05/05/2020 17:00

De tucano a petista, deputados de MS repudiam agressões a profissionais em manifestações

Cada dia fica mais difícil exercer a profissão; não há respeito e a resposta vem com violência de apoiadores bolsonaristas

05/05/2020 às 17:00 | Atualizado 05/05/2020 às 11:52 Rayani Santa Cruz
André de Abreu / Wesley Ortiz

Deputados federais de Mato Grosso do Sul se manifestaram após agressões a enfermeiros e jornalistas na semana passada. Eles concordam que a cada manifesto alguns participantes pró-Bolsonaro não entendem o que significa democracia e partem para violência quando bem entendem.

Sem respeito ao trabalhador, seja enfermeiro, médico, jornalista ou fotógrafo, o discurso é o mesmo e agressores natos encontram respaldo no grupo e no presidente Jair Bolsonaro, que ontem (4) mandou jornalistas calarem a boca, ao ser questionado.

Desrespeito a democracia

Logo depois da divulgação das agressões contra jornalistas que cobriam o ato pró-Bolsonaro, no domingo (3), o deputado federal Beto Pereira (PSDB/MS) alertou sobre as pessoas que não sabem o que significa democracia.

“No Dia Mundial da Liberdade de Imprensa, jornalistas são agredidos. Ontem, enfermeiros foram agredidos em Brasília. Há uma parcela na sociedade que não compreende o funcionamento da democracia e a coloca em risco. Cabe aos democratas e as instituições, postura firme e exemplar”, disse Beto Pereira. 

Já o deputado federal Fábio Trad (PSD/MS) cobrou uma ação mais enérgica do Congresso Nacional. “Basta de omissão! Esbofeteiam enfermeiros, chutam jornalistas, ameaçam as instituições, agridem os que deles discordam. Já assinei as CPIs e penso que o Congresso Nacional está se acovardando, deixando a democracia ser agredida impunemente. Maia e Alcolumbre, não se apequenem!”, exclamou.

Vírus do extremismo

Dagoberto Nogueira (PDT/MS) lamentou que, em plena pandemia, haja aglomerados em Brasília, onde apoiadores de Bolsonaro agridem quem trabalha na cobertura. “Este domingo foi mais um dia difícil para a democracia brasileira. Em plena pandemia, manifestantes em Brasília não apenas promovem aglomeração ilegal, ajudando a disseminar o vírus no país, como agridem repórteres que estavam apenas cobrindo o evento. Ontem enfermeiras ameaçadas. Agora jornalistas agredidos. Amanhã qualquer um que se opõe à visão de mundo deles. Se não bastasse o vírus da Covid-19, agora enfrentamos o vírus do extremismo”.

Trabalhadores e alvos de agressão

Vander Loubet (PT/MS) que defende o impeachment de Bolsonaro, afirma que a base do governo automaticamente se vira contra quem pensa diferente. 

“Esse episódio repugnante só reforça o quanto a base de apoio do Bolsonaro não tem compromisso nenhum com a democracia e com o respeito ao próximo. Seguem semeando o ódio e a intolerância. Quem pensa diferente deles, quem critica o presidente deles, automaticamente se torna alvo de violência e agressão”, finalizou.