01/02/2020 13:30
Salário de R$ 1.045 não agrada e trabalhadores chamam reajuste de piada
Na visão dos trabalhadores o salário mínimo deveria ser pelo menos R$ 1,5 mil
A medida provisória assinada pelo presidente Jair Bolsonaro fixando o salário mínimo em R$ 1.045 a partir de 1º de fevereiro não agradou os trabalhadores campo-grandenses, que consideram o valor injusto.
“Uma verdadeira piada com a cara dos brasileiros, pois o que faremos com R$6 a mais? Não compramos nem um pacote de arroz com esse valor”, diz Thalysson Pereira, 22 anos.
A comparação de R$ 6 faz referência ao reajuste inicial do salário de R$ 1.039 proposto no dia 31 de janeiro de 2019, com base em uma projeção de inflação.
Mas o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), ficou em 4,48% no ano passado. Sendo assim, o reajuste do salário mínimo ficaria abaixo da inflação. Por isso, no último dia 14, o governo decidiu elevar o valor do mínimo para R$ 1.045.
A concurseira Lorena Oliveira, 21 anos, acredita que o presidente Jair Bolsonaro deveria rever novamente o valor. “Ele ganhando o salário que ganha, não vai saber que R$ 6 não faz diferença nenhuma para quem precisa”.
De acordo com o Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), o valor do salário mínimo serve de referência para 49 milhões de pessoas.
Cálculos do governo garantem que cada R$ 1 no salário mínimo implica despesa extra em 2020 de aproximadamente R$ 355,5 milhões. Com o reajuste para R$ 1.045, o impacto estimado é de R$ 2,3 bilhões.
“Conheço muitas pessoas que vivem ou sobrevivem com um salário mínimo, é cruel, as pessoas precisam comer, vestir, pagar aluguel muita das vezes, não se pode dizer que essas pessoas têm acesso à cultura, informação, elas não possuem o mínimo”, diz a autônoma Fernanda Souza, 34 anos.
A auxiliar de serviços gerais Mila Melo, 52 anos, faz jus ao pensamento da autônoma. “Conheço várias pessoas e a situação que vivem é péssima. O salário mínimo deveria ser pelo menos R$ 1,5 mil”, garante.
“É injusto, pois vivemos em um país extremamente capitalista, no qual existe a necessidade de explorar a classe trabalhadora para o acúmulo de riqueza da burguesia o Brasil, que é um país no qual grandes monopólios dominam os menos favorecidos para se manterem no poder, sendo assim a classe trabalhadora nunca irá receber o valor correto daquilo que produzem”, finaliza a assistente social Estela Silva,