Campo Grande

14/10/2019 16:25

Irritado com transferência, defesa dos Name diz que MPE fantasia até 'ameaça ao Papa'

Ida para o Presídio Federal de Mossoró foi pedida à Justiça

14/10/2019 às 16:25 | Atualizado 14/10/2019 às 16:50 Thiago de Souza
Danny Nascimento

Renê Siufi, advogado de Jamil Name e Jamil Name Filho, ficou irritado com o pedido de transferência dos clientes para o Presídio Federal em Campo Grande e uma possível ida para Presídio Federal em Mossoró (RN). O motivo da troca de cadeias, diz o defensor, é que o Ministério Público Estadual supõe que pai e filho estejam ''ameaçando até o Papa''.

Parte do processo referente aos Name corre em segredo de Justiça. O motivo da transferência do Centro de Triagem Anísio Lima para o Presídio Federal em Campo Grande, no sábado (12), se deu por conta de ameaças de morte ao delegado do Garras, Fábio Peró. As informações vieram do serviço de inteligência da Secretaria de Justiça e Segurança Pública.

Porém, a justificativa para a ida até Mossoró (RN), onde existe um presídio federal semelhante não foi divulgada. Renê disse que a transferência dos clientes foi pedida, mas não está confirmada. Ele revelou que está lendo o pedido de mudança agora, por isso ainda não sabe qual medida vai tomar.

Omertà prendeu 19 pessoas no dia 27 de setembro. (Foto: Danny Nascimento)

Além dos Name, devem ir para o estado potiguar o policial civil Marcio Cavalcanti da Silva, conhecido como ''Corno'' e o policial civil aposentado Vladenilson Daniel Olmedo, o ''Vlad''.

Jamil e o filho são acusados de serem chefes de um grupo de extermínio, responsável por, ao menos, quatro execuções recentes em Campo Grande. Eles foram presos no dia 27 de setembro, quando da deflagração da Operação Omertà, do Gaeco e da Polícia Civil.

Presídio Federal

Em presídios federais existe o Regime Disciplinar Diferenciado, o RDD. Nesse regime,  os presos só podem conversar com advogados ou visitas via interfone, separados por uma divisória de vidro, conhecida como "parlatório". A movimentação dos presos é controlada a todo momento por câmeras de segurança, em um sistema controlado pelo Ministério da Justiça, direto de Brasília.

O banho de sol é proibido e no quarto só é permitida a cama (de concreto), mesa e um assento. Não há revistas, jornais ou televisão, somente livros são permitidos. Até o horário do ligamento da água do chuveiro é controlada. Somente no sanitário as imagens dos encarcerados são proibidas.

Os detalhes da ida para Mossoró não são divulgados por motivo de segurança.