Política

09/08/2019 12:48

Simone desconversa sobre trapalhadas de Moro e prefere falar da Lei Maria da Penha

Ministro disse que homens são violentos com as mulheres por "defeito cultural"

09/08/2019 às 12:48 | Atualizado 10/08/2019 às 11:43 Celso Bejarano, de Brasília
A senadora Simone Tebet, do MDB de MS - Marcos Oliveira/Agência Senado

Durante a celebração dos 13 anos da lei Maria da Penha, norma que pune com mais vigor os homens que castigam as mulheres com violência, Sérgio Moro, o ministro da Justiça e Segurança Pública, soltou duas frases que em nada agradaram militantes que agem em defesa do sexo feminino.

Primeiro, ele disse que os homens tornaram-se agressores das mulheres por se sentirem “intimados”.

No caso, segundo ele, o florescente papel da mulher na sociedade faz com que “talvez nós, homens, sintamos intimidados” e, “por conta disso, parte de nós recorre, infelizmente, a violência física ou morar para afirmar uma pretensa superioridade que não mais existe”.

Por fim, disse que a violência doméstica seria decorrente de um certo “defeito cultural”.

Procurada para falar sobre o assiunto, a senadora Simone Tebet (MDB) topou falar, mas nem sequer citou o nome do ministro, preferindo elencar os feitos do Senado pela causa:

“Comemoramos os 13 anos da Lei Maria da Penha, mas não podemos desconsiderar o avanço do número de feminicídios, especialmente contra a mulher negra, pobre e de baixa escolaridade”, disse a senadora, que seguiu dizendo que:

“No Congresso estamos atuando para aperfeiçoar a legislação e criar novas regras que garantam mais proteção às vítimas. Esta semana aprovamos projetos importantes para enfrentamento à violência contra a mulher”.

CRÍTICA

Ainda na quinta-feira, o ministro tratou o assunto da violência em rede social, aquele em que ele vê os homens agressores devido ao crescente papel da mulher na sociedade. A antropóloga Débora Diniz, que foi embora do Brasil por sentir-se ameaçada de morte por questionar a criminalização do aborto.

Veja a resposta dela para o ministro: “Moro, por favor, apague essa mensagem. É uma questão de dignidade: os homens que me ameaçam de morte o fazem porque são brutos. Não confunda as razões íntimas de homem brutos com explicações sociológicas para a violência. Homens que ameaçam mulheres são covardes”.