Política

06/08/2019 09:03

Sob forte ataque pelas liberações de agrotóxicos, Tereza Cristina reassume mandato de deputada

Ela volta para a Câmara dos Deputados para votar pela reforma da Previdência, depois retoma a chefia da Agricultura

06/08/2019 às 09:03 | Atualizado 06/08/2019 às 14:07 Celso Bejarano, de Brasília
A ministra Tereza Cristina - Michel Jesus/Câmara dos Deputados

Sob intenso ataque de ambientalistas contrários à liberação de agrotóxicos, a ministra Tereza Cristina (Agricultura) reassume o mandato de deputada federal entre hoje (6) e amanhã, para a votação, em segundo turno, da reforma da Previdência. Hoje, os parlamentares do Congresso retomam às atividades legislativas, depois de um recesso que deveria acabar quinta-feira passada (1), que durou 20 dias.

Tereza foi eleita deputada, mas não assumiu por ter recebido o convite do presidente Jair Bolsonaro para chefiar a pasta da agricultura. A vaga dela ficou com Bia Cavassa, do PSDB. O retorno da ministra à Câmara dos Deputados, é um meio de garantir um voto pela reforma. No entanto, deputados tucanos votaram pela proposta  no primeiro turno. Ou seja, Tereza ou Bia apoiam a reforma da Previdência.

Há uma previsão de a reforma ser votada na tarde desta terça. Depois, o projeto segue para o Senado.

ATAQUES

Tereza Cristina disse ontem, segunda-feira (5), em evento sobre agronegócios, em São Paulo, que a aprovação da venda de agrotóxicos no país, em escala maior, não prejudica a “segurança alimentar ou o meio ambiente”.

Para ela, "quase todos os países do mundo já usam esses produtos, e quando não usam é porque não precisam".

No entanto, a ideia da ministra não tem recebido apoio e ela vem recebendo críticas reforçadas pelos recentes anúncios do governo Bolsonaro, que demitiu o chefe do Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) por discordar de pesquisas que indicam o tamanho do desmatamento no país.

Roberto Brand, por exemplo, diretor da área da pesquisa da CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), disse: “esse governo está destruindo a imagem do setor agrícola brasileiro”.

Outras várias entidades que defendem projetos de proteção ao meio ambiente também chiaram com as medidas de apoio a liberação de pesticidas no país.