Polícia

02/08/2019 09:32

Ação em fazenda ocupada por índios termina em sangue e pancadaria em Aquidauana

Lideranças reclamam da falta de diálogo por parte dos policiais

02/08/2019 às 09:32 | Atualizado 02/08/2019 às 16:30 Maressa Mendonça
Indígena ferido com bomba de gás - Reprodução/WhatsApp

Uma ação policial nas proximidades da Fazenda Água Branca, em Aquidauana, terminou com ao menos um indígena ferido por bomba de gás lacrimogêneo.

Eles reclamam da falta de diálogo, violência e da ação feita sem um mandado. A propriedade fica ao lado da Fazenda Esperança, de propriedade da ministra da Agricultura Tereza Cristina. 

Por meio de mensagens divulgadas nas redes sociais, os indígenas da etnia Kinikinau contam que havia ao menos 500 deles nos arredores da fazenda quando policiais do Batalhão de Choque da Polícia Militar chegaram e usaram bombas de gás lacrimogêneo para eles se afastarem. Eles reclamaram da falta de diálogo durante as ações. 

Um cacique da etnia Terena, identificado como Célio, declarou que eles não vão recuar. “Para que a gente possa mostrar para os ruralistas que o nosso povo tem direito e se o governo não fizer fazer nada, nós vamos fazer nem que seja à preço do nosso sangue”, declarou. 

A reportagem entrou em contato com a assessoria de imprensa da Sejusp (Secretaria de Justiça e Segurança Pública), que confirmou não se tratar de reintegração de posse e enviou a seguinte nota:

A Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública (Sejusp) informa que a ação na fazenda Água Branca, localizada no município de Aquidauana, nesta quinta-feira (1.8), ocorreu pacificamente, com objetivo de combater crimes de ameaça, furto qualificado, danos e crimes ambientais que estavam sendo praticados na propriedade rural pelos índios da etnia Kinikinauas. A ordem é identificar as pessoas que cometeram os delitos e prender, pois estão em flagrante.

A secretaria ressalta que o foco das ações foram no sentido de combater delitos de competência da segurança pública e evitar confronto entre produtores e índios. Por esse motivo as forças policiais permanecem na região.