Algo mais

28/07/2019 15:30

Autor de 'A Garota Dinamarquesa' acredita no conhecimento para vencer violência contra pessoas trans

David Ebershoff esteve em Campo Grande para participar de evento na UFMS

28/07/2019 às 15:30 | Atualizado 29/07/2019 às 07:06 Maressa Mendonça
David Ebershoff é autor de "A Garota Dinamarquesa" - André de Abreu/TopMídiaNews

O autor do livro “A Garota Dinamarquesa”, David Ebershoff acredita no conhecimento e nas histórias como forma de lutar contra o preconceito e violência contra as pessoas transexuais. Ele esteve em Campo Grande recentemente e participou da 71ª Reunião Anual da SBPC (Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência). 

Questionado pela reportagem do TopMídiaNews sobre as pesquisas que colocam o Brasil no 1º lugar do ranking de assassinato de transexuais em todo o mundo ele afirma se tratar de “estatísticas terríveis”. “Quando eu escuto isso eu fico muito triste”, disse. 

David comentou sobre um quadro semelhante nos Estados Unidos, onde vive. Casos de violência contra mulheres trans, mulheres trans negras também são frequentes. “Algumas vezes a violência e o ódio podem vir da ignorância”, analisou. 

Para o escritor, a atitude de contar histórias como a de “Lili”, personagem principal de “A Garota Dinamarquesa”, é uma forma de mudar algumas situações, a medida que coloca o leitor em contato com uma realidade que nem sempre é a dele. “Contando histórias você consegue mudar mentes, abrir pensamentos. Mas eu não quero sugerir que é tão simples assim”. 

O sonho de David é o de as pessoas entenderem que quando o assunto é violência não se trata apenas de estatísticas, de números, mas “são pessoas”. “Quando as pessoas entenderem isso a comunidade maior não vai mais aceitar este tipo de situação e vai falar: isso é intolerável”, finalizou. 

A OBRA

A Garota Dinamarquesa conta a história de Lili Elbe, uma das primeiras pessoas a passar pela cirurgia de redesignação sexual, ainda na década de 1920. Sua transição e todos os enfrentamentos foram relatados em um diário publicado após a sua morte em 1931 e sua história segue inspirando vidas na luta por direitos, reconhecimento e liberdade. O livro, que foi traduzido para mais de 10 idiomas, foi adaptado para o cinema em 2015, sendo indicado para o Globo de Ouro e em quatro categorias no Oscar, levando para casa o de melhor atriz coadjuvante com Alicia Vikander. ( Com assessoria)