22/07/2019 17:00
Ameaça de ataque terrorista dobra segurança da ministra Tereza Cristina
Ministérios negam informação oficialmente, mas assunto é tratado de maneira sigilosa
Nem o ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento nem o ministério da Justiça e Segurança Pública confirmaram oficialmente, mas a ministra Tereza Cristina, campo-grandense (Agricultura), teve, segundo fontes ligadas à pasta chefiada por ela, por determinação do governo de Jair Bolsonaro (PSL), o efetivo de segurança dobrado desde a sexta-feira passada.
A medida posta em prática teria ocorrido no mesmo dia que a revista Veja publicou reportagem narrando que há no país um grupo supostamente terrorista nominado SSS (Sociedade Secreta Silvestre), que seria ligado ao ITS (Individualistas que Tendem ao Selvagem), organismo autointitulado ecoextremista (neologismo que define uma série de práticas tidas como ilegais conforme a legislação).
O ITS, no caso, apoia causas ecológicas, contudo, de maneira equivocada, ataca ou ameaça de morte pessoas tidas como contrárias, por exemplo, à reforma ambiental e opostas aos direitos animais.
De acordo com a reportagem, o SSS já teria três alvos: o presidente Jair Bolsonaro e os ministros Ricardo Salles (Meio Ambiente) e Damares Alves (Mulher, Família e Direitos Humanos).
O primeiro por ser “cínico, um lobo cuidando de um galinheiro"; já Damares, por ter se tornado “a cristã branca evangelizadora que prega o progresso e condena toda a ancestralidade”.
O nome de Tereza Cristina não aparece na lista do SSS. Ao menos na entrevista concedida por um certo Anhangá, palavra tupi-guarani cujo significado tem a ver com uma espécie de duende (criatura mitológica que apronta várias travessuras quando contrariado) protetor da caça nos campos e cerrados e ainda o gênio do mal, alma do mal e do diabo.
Então, a razão de aumentar a segurança da ministra Tereza se nem é citada como ameaçada pelo grupo terrorista? “Geralmente, autoridades ligadas às secretarias ou ministério da Agricultura, são tidas como inimigas do meio ambiente. E é por isso a preocupação com a segurança dela”, disse a fonte ouvida por TopMídiaNews, que não autorizou a publicação do nome neste material. Foi a essa fonte que disse que a questão da segurança da ministra em sido tratada em sigilo por autoridades ligados ao governo de Bolsonoro.
EMPURRA-EMPURRA
Consultada por este jornal, a assessoria de imprensa do ministério da Agricultura respondeu assim: “não há nenhum pedido de reforço para segurança da ministra Tereza Cristina. Mas sugerimos que seja ouvido o Ministério da Justiça”.
Já a assessoria de Sérgio Moro, o ministro da Justiça, informou, por e-mail, que “essa demanda é com o Ministério da Agricultura. Eles que podem informar se a ministra conta com esquema de imprensa e segurança, conforme solicitado por vocês”.
Logo depois, num segundo e-mail, a assessoria de Moro relatou que "por parte do MJSP não há nenhuma informação sobre o tema".
Ou seja, as respostas das assessorias suscitam à ideia de que o assunto tem sido tratado de maneira confidencial.
Ainda de acordo a fonte ouvida pelo TopMídiaNews, em Brasília, o cuidado com a segurança da ministra foi reforçado porque a nomeação dela desagradou ambientalistas tidos como "radicais" que chamam-na de a "musa do veneno" (por ela ser favorável a liberação de produtos agrotóxicos no país). "Isso preocupa, não?", declarou a fonte.