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12/07/2019 12:50

Filho de Bolsonaro cita apoio de chanceler e diz que já fritou hambúrguer nos EUA

Presidente sinalizou que cogita nomear o filho para ser embaixador em Washington

12/07/2019 às 12:50 | Atualizado 12/07/2019 às 12:26 G1
André de Abreu

O deputado federal Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) anunciou, nesta sexta-feira (12), que o ministro das Relações Exteriores, Ernesto Araújo, “expressou apoio” a uma eventual indicação sua para assumir o cargo de embaixador do Brasil nos Estados Unidos.

Eduardo se reuniu no Itamaraty com o ministro. Na quinta (11), o presidente Jair Bolsonaro, pai do deputado, manifestou intenção de nomear o filho para o posto em Washington.

"Na verdade, eu vim para uma reunião que já estava previamente agendada antes desses fatos que vieram à tona ontem [quinta]. Mas obviamente, eu também aproveitei a oportunidade para falar com o chanceler, ele expressou apoio ao meu nome por ocasião da minha possível indicação à embaixada dos Estados Unidos", afirmou Eduardo.

O deputado disse que ainda falta a confirmação por parte do presidente. Ele disse que deve se reunir com Bolsonaro até domingo para tratar do assunto.

“Agora falta só conversar com o presidente Jair Bolsonaro e afirmar se essa é mesmo a vontade dele, se ele mantém o que tem dito", disse o deputado.

Pela lei, embaixadores são escolhidos, em regra, entre os ministros de primeira classe (um dos cargos da estrutura organizacional do Itamaraty) ou entre ministros de segunda classe. Há uma previsão de que pessoas sem carreira diplomática possam assumir o posto, em caráter excepcional, desde que sejam brasileiros natos, maiores de 35 anos, "de reconhecido mérito e com relevantes serviços prestados ao país"

Entenda as regras para indicação de embaixadores

Questionado se a nomeação poderia ser enquadrada como nepotismo, o deputado afirmou que, de acordo com sua assessoria jurídica, essa possibilidade foi descartada.

“Foi descartada. A súmula vinculante do Supremo, que trata do nepotismo, permite a indicação política do presidente, então acredito que isso não seria óbice a uma possível nomeação”, afirmou.

Para que Eduardo possa exercer o cargo diplomático, precisa passar por uma sabatina e uma votação na Comissão de Relações Exteriores (CRE) do Senado, além de uma votação no plenário da Casa. O filho do presidente teria, ainda, que renunciar ao seu cargo de parlamentar.

A embaixada brasileira nos EUA está sem dirigente desde abril deste ano.

Hambúrguer

Eduardo Bolsonaro disse se considerar apto para assumir o cargo e lembrou antigas experiências nos Estados Unidos, como "fritar hambúrguer" e estudos para aprimorar o idioma inglês.

“É difícil falar de si próprio. Eu não sou o filho deputado que está, do nada, vindo a ser alçado a essa condição. Existe um trabalho sendo feito, sou presidente da Comissão de Relações Exteriores [da Câmara], tenho uma vivência pelo mundo”, disse o parlamentar.

“Já fiz intercâmbio, já fritei hambúrguer lá nos Estados Unidos, no frio do Maine, estado que faz divisa com o Canadá. No frio do Colorado, numa montanha lá, aprimorei o meu inglês, vi como é o trato receptivo do norte-americano para com os brasileiros", completou.