Trabalho infantil

08/07/2019 17:00

'Vendia abacate aos 12 anos', diz Trutis ao justificar nova polêmica de Bolsonaro

No Facebook, presidente disse que trabalhava na roça quando era pequeno

08/07/2019 às 17:00 | Atualizado 09/07/2019 às 08:41 Thiago de Souza
Wesley Ortiz - arquivo

Deputado federal Tio Trutis (PSL) considera desnecessária a polêmica criada em torno da fala do presidente Jair Bolsonaro, que defendeu o trabalho infantil durante transmissão no Facebook. O parlamentar diz que começou a trabalhar aos 12 anos vendendo abacate e, mesmo assim, estudou e empreendeu nos negócios. 

Trutis explicou que o assunto veio à tona porque parlamentares do PSL preparam um Projeto de Emenda à Constituição que trata da redução da maioridade penal para 14 anos. 

O deputado, que também é empresário e humorista, criticou duramente a repercussão que o caso teve na mídia. 

''Todo mundo fala de um jovem que está trabalhando na construção civil ou tentando empreender, ou trabalhando no comércio, mas ninguém fala do jovem de 14, 15 anos que está no tráfico'', justificou. 

O parlamentar acrescenta que jovens de 14 anos já são responsáveis pelos seus atos e já deveriam estar trabalhando. 

''Mas pelo contrário, estão à toa, que é a geração conhecida como ‘nem nem’, ou seja, nem trabalha nem estuda'', criticou. 

''Trabalhar dignifica o jovem e o presidente está mais uma vez certo'', finalizou. 

Facebook 

A fala de Bolsonaro ocorreu na quinta-feira (4), dia da tradicional live no Facebook. Ele disse aos internautas que, desde pequeno, trabalhava em fazendas no interior paulista, plantando milho e outras culturas. 

Ainda na transmissão, o presidente destacou que isso não lhe prejudicou em nada da vida e que o trabalho, mesmo para crianças, só traz benefícios. 

A polêmica ganhou as redes sociais e gerou críticas severas a Bolsonaro, principalmente de membros do Ministério Público do Trabalho. No entanto, houve quem defendesse o discurso do presidente, como a jornalista Leda Nagle, além dos filhos do próprio presidente.  

A polêmica ainda aumentou com o resgate de entrevista do irmão do presidente, que disse que o pai deles nunca deixou nenhum dos filhos trabalhar.