há 5 anos
Saúde em crise? Funcionários relatam atrasos de salários no Hospital Nosso Lar
Profissionais dizem que somente parte dos proventos cai no quinto dia útil
Funcionários do Hospital Nosso Lar, em Campo Grande, procuraram o TopMídiaNews para relatar atraso nos salários. O problema, dizem os denunciantes, ocorre desde o começo do ano e é negado pelo diretor-presidente, Enier Guerreiro.
Uma profissional detalhou que, no quinto dia útil, os trabalhadores, de diversos setores, recebem somente 50% dos proventos.
''Desde janeiro paga 50%, depois paga o restante'', confirma a trabalhadora. Ela acrescenta que a outra parte ''às vezes cai com três dias, às vezes leva uma semana''.
Outro profissional aponta que a situação preocupa, já que a metade do salário ''só Deus sabe'' e sua situação financeira não é das melhores.
''Sou pai... Minha mulher não trabalha e fica difícil receber salário assim. Eu não falto serviço e, se chego atrasado, é descontado também'', lamentou um homem que pediu para não ser identificado.
Os funcionários que denunciam o caso apontam que a diretoria do hospital psiquiátrico não dá satisfações sobre o que acontece com as finanças da unidade.
''Segundo as conversas nos corredores está sendo pago desta forma, pois o governo e a prefeitura não pagam o hospital'', supôs a denunciante.
Outro problema citado por uma trabalhadora é que, devido ao pagamento ''parcelado'', ela paga as contas com atraso e consequentemente arca com os juros.
''E eles [hospital] não pagam os nossos juros. E se você chega atrasada, desconta'', desabafou.
Diante da falta de satisfação por parte da diretoria, funcionários organizam pedir explicações em uma carta.
''Vamos pedir reunião para ver até quando vai esta situação'', prometeu a denunciante.
Resposta
Em contato o dirigente do hospital, Enier Gurreiro argumentou que não há qualquer tipo de atraso. Ele admite que somente o repasse do governo do Estado está com atraso, mas não atribui o atraso a isso, já que não reconhece a denúncia dos funcionários.
''Isso é impossível. Se estivesse seis meses com salário atrasado, o Ministério Público [do Trabalho] já teria fechado o hospital'', justifica o administrador.
O Governo do Estado informou que não há atraso nos repasses para a insstituição.