Política

02/07/2019 09:00

A MUDANÇA: suplente de Soraya defende narcotraficante e é acusado de lavar dinheiro

Danny Fabrício ainda foi denunciado pela Justiça eleitoral e guarda fortuna de 25 milhões de reais

02/07/2019 às 09:00 | Atualizado 02/07/2019 às 13:53 Vinícius Squinelo
A senadora posa com seu segundo suplente - Reprodução redes sociais

O discurso da mudança e da limpeza da política nacional parece ficar só no papel na chamada nova direita brasileira, pelo menos por aqui em Mato Grosso do Sul. A mais exaltada nas redes sociais entre nossos políticos, Soraya Thronicke, é uma comprovação dessa situação. Eleita com a bandeira anticorrupção, mantém como suplente advogado denunciado por pelo menos dois crimes, além de defender narcotraficante.

Danny Fabrício Cabral Gomes é segundo suplente de Soraya e, assim como a senadora, faz parte do PSL, sigla de Jair Bolsonaro. Danny também ocupa parte da Executiva estadual da legenda, no lugar de nomes de destaques do partido, como do deputado estadual Coronel David ou do ex-superintendente da Polícia Federal Edgar Marcon.

HISTÓRICO
O que impressiona é a ‘capivara’ de Danny Fabrício, uma ficha corrida impressionante, que não o impediu de ser alocado como segundo suplente de Soraya. O advogado é denunciado por pelo menos dois crimes, além de defender clientes mais do que contestáveis.

O famoso cliente de Danny é ninguém menos que Jarvis Chimenes Pavão, considerado o ‘dono’ da fronteira Brasil-Paraguai e um dos maiores narcotraficantes da América Latina. Não há ilegalidade em atuar como advogado do rei das drogas. Mas há a questão moral, já que a sigla de Danny defende publicamente exatamente o contrário dessa situação.

Porém, sobre legalidade, Danny Fabrício ainda tem muito o que responder. O advogado campo-grandense está na lista de denunciados pelo Ministério Público Estadual do Espírito Santo por lavagem de dinheiro.

De acordo com o MPE-ES, os crimes aconteceram, em sua maioria, após a suspensão judicial dos cadastros de brasileiros na rede de divulgadores da Telexfree no País, ocorrida em junho de 2013 por determinação do TJ-AC (Tribunal de Justiça do Acre). A mesma decisão bloqueou R$ 600 milhões das contas da companhia.

O suplente também responde por crime eleitoral. Danny seria de um escritório de advocacia que foi condenado, em 2015, pela Justiça Eleitoral por fazer doação de campanha supostamente ilegal.

Conforme dados da Justiça eleitoral, Danny Fabrício ostenta a impressionante fortuna de R$ 25.515.618,06, segundo prestação de contas do ano passado.