Política

02/07/2019 07:43

Sérgio Moro enfrenta hoje 2ª batalha no Congresso Nacional

Deputado Federal Fábio Trad já disse que advogado tem 'nojo' de juiz parcial

02/07/2019 às 07:43 | Atualizado 02/07/2019 às 09:09 Celso Bejarano, de Brasília
Marcelo Camargo/Reprodução

Sérgio Moro, tido como excelso ministro (Justiça) do presidente Jair Bolsonaro (PSL), enfrenta nesta terça-feira (2) sua segunda batalha no Congresso Nacional acerca do vazamento de mensagens trocadas entre ele e procuradores da República que conduziam a operação Lava Jato. Os diálogos têm sido publicados desde o dia 9 de junho pelo site noticioso Intercept Brasil.

Semana passada, suas conversas com os procuradores da Lava Jato no período que era juiz federal foram questionadas pela CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado. Hoje, ele enfrenta de uma só vez quatro comissões da Câmara dos Deputados, a de Constituição e Justiça, de Trabalho, Administração e Serviço Público, de Direitos Humanos e Minorias, e de Fiscalização Financeira e Controle.

Fábio Trad, deputado federal sul-mato-grossense pelo PSD, membro titular da CCJ da Câmara dos Deputados, participa da audiência.

O parlamentar já declarou que, se provada as conversas, o ex-magistrado agiu errado. Pela legislação brasileira, um juiz jamais poderia ter feito o que Moro fez – caso comprovado a autenticidade dos diálogos. É passível de punição e suas decisões podem ser questionadas judicialmente dada a parcialidade na questão.

O deputado Trad disse ter criticado a ação do então juiz independente dos réus sentenciados pelo ele na Lava Jato, Lula um deles.

Para o parlamentar, que disse semana passada que advogado (ele é advogado) “tem nojo de juiz parcial”.

“Ninguém ousou provar que as conversas [publicadas no Intercept] são falsas... e advogado tem nojo de juiz parcial, seja o cliente dele de extrema direita ou extrema esquerda”, afirmou o parlamentar de MS.

A fala de Fábio foi direcionada ao jornalista Glen Greenwald, editor do Intercept que, semana passada foi ouvido por integrantes da Comissão de Direitos Humanos da Câmara.

“Imagina, por exemplo, se o juiz que for julgar o Flávio Bolsonaro [filho do presidente], no caso Queiroz, for parcial e sentenciá-lo injustamente. Serei o primeiro a condenar a prática desse juiz”, disse Trad ao TopMidiaNews.

Flávio é senador do PSL e tem sido investigado por eventuais irregularidades no pagamento de salários de seus ex-assessores, Queiroz [amigo antigo do presidente], entre os quais. A investigação, conduzida pelo Ministério Público do Rio de Janeiro, corre em segredo. Pelo apurado e divulgado até agora, o senador promovia o que tem sido chamado de “rachadinha” – termo usado para dizer que, ao invés de o dinheiro ser entregue ao suposto assessor (alguns deles nem sequer trabalhava na Assembleia do Rio], iria para o bolso de Flávio. A denúncia em questão era do período que Flávio exercia o cargo de deputado estadual.