Foi o ex-juiz federal Sérgio Moro, o agora todo-poderoso ministro da Justiça, que transformou o ex-senador Delcídio do Amaral em réu na operação Lava Jato. À época, março de 2017, Amaral foi denunciado pelo MPF (Ministério Público Federal) por ter supostamente recebido US$ 1 milhão do ex-diretor da Petrobras Nestor Cerveró, por uma operação de compra da refinaria Pasadena.

Delcídio foi preso, perdeu o mandato por falta de decoro, mas, ainda assim, tentou vaga no Senado, ao candidatar-se em Mato Grosso do Sul, pelo PTC. Conquistou em torno de 100 mil. Faltaram-lhe o dobro da votação. Sem a decisão que o absolveu da denúncia de Moro, Delcídio poderia se candidatar somente em 2027. Contudo a justiça federal, em Brasília, destruiu a denúncia de Moro.

Nesta segunda-feira (1), segundo a revista Veja, o Tribunal Regional Federal da 1ª Região confirmou a absolvição de Delcídio do Amaral e Lula no processo em que eram acusados de obstrução de Justiça por suposta tentativa de comprar o silêncio de Nestor Cerveró. As provas foram tidas como inconsistentes.

O Ministério Público Federal havia recorrido, mas a Quarta Turma manteve a sentença de inocência, proferida em julho do ano passado pelo juiz Ricardo Leite, da Justiça Federal de Brasília.

Na denúncia, Delcídio foi grampeado sem saber que sua conversa com um dos filhos de Cerveró era gravada. O ex-senador sul-mato-grossense teria oferecido vantagens financeiras e a fuga de Cerveró para outro país.

Agora, com a decisão, caiu por terra a denúncia que também atingiu o ex-presidente Lula. Procuradores da Lava Jato e Moro, que autorizaram o grampo da conversa de Delcídio, hoje, contestam vazamentos de diálogos.