30/06/2019 14:30
Menino que criava os próprios brinquedos a partir de frutas cria Ong para ajudar outras crianças
O grupo “Obstinados em Sorrisos” ajuda também famílias carentes
As lembranças da infância e adolescência, quando ele não tinha brinquedos ou via garotos comercializando drogas no bairro em que morava, serviram de impulso para o policial Militar Marcelo Góes, de 28 anos, criar um grupo de apoio a crianças e famílias carentes em Campo Grande. Agora ele busca voluntários para ampliar a atuação do “Grupo Obstinados em Sorrisos”.
O nome do grupo faz referência às iniciais do sobrenome do militar. Ele conta que a ideia surgiu em setembro do ano passado após ele receber o telefonema de uma amiga pedindo ajuda para realizar a festa de Dia das Crianças do Ceinf Girassol. A ideia era arrecadar 155 brinquedos. Sem saber ao certo como conseguiria, ele criou um grupo no WhatsApp e, em pouco mais de uma semana, a arrecadação ultrapassou a meta: foram 175 no total.
A vontade de Goés de realizar um trabalho voluntário surgiu antes mesmo do telefonema da amiga. Ele só não sabia como poderia fazer isso. E todo esse interesse tem relação com a própria história dele.
IDEALIZADOR DO GRUPO
Ele conta ter vindo de uma família humilde. Criado em chácara, quando queria um brinquedo pegava uma manga, alguns palitos, criava as patas e fazia surgir um boi ou então usava garrafas plásticas como carrinho. Na adolescência, viu muitos garotos do bairro vendendo drogas e decidiu seguir outro caminho e entrar na Polícia Militar.
Algum tempo depois ele percebeu que o objetivo de ajudar o próximo não seria cumprido da forma que queria só estando na instituição. Ele também pensou em fazer “Jornalismo”, naquela ideia de mudar o mundo, mas acabou se formando em Direito.
Na faculdade, ele teve um contato maior com os resultados promovidos pela Educação e hoje vê o estudo como forma de transformação do mundo. Mas não é apenas isso. O voluntariado também.
OBSTINADOS EM SORRISOS
Para Góes, outra forma de transformar vidas é ser mais humano, sensível às necessidades do próximo. “Mais que dinheiro precisamos de humanidade. Mais que trabalho precisamos de amor. Senão seremos uma sociedade cada vez mais violenta”.
Goés declara que toda esta violência a que assistimos é resultado “da nossa omissão em olhar para o próximo, em estender a mão, em ajudar”.
E quem quiser ajudar esta ONG pode entrar em contato pelas redes sociais: instagram ou facebook.