28/06/2019 09:30
Em meio a onda de violência contra a mulher, servidor mal 'cumpriu pena' e já ganha novo cargo
Gerente recebe ao menos R$ 2.663,70 desde março deste ano
Genis Garcia Barbosa, 45 anos, mal terminou de responder processo por violência doméstica e já foi agraciado com uma gerência em uma das unidades do Detran, no Aero Rancho, em Campo Grande. Apesar da legalidade do ato, fica a impressão de que para comissionados não há filtro para nomeações no órgão.
O hoje comissionado figura no Portal da Transparência como ocupante do cargo de Gerência Executiva e Assessor de Monitoramento. Ele recebe R$ 2.663,70 desde março deste ano. Denúncia deu conta de que ele havia demorado para entregar seus antecedentes criminais ao Detran, até que a pena se encerrasse. Porém Genis nega, mas não quis dar qualquer detalhe.
''Tá tudo certinho. Já entreguei tudo, é só procurar a assessoria do órgão'', resumiu.
O advogado dele, Vinícius Pivetta, disse que o cliente não deve mais nada à Justiça e que, no processo em questão, não houve condenação.
''Foi um cumprimento de acordo com o Ministério Público. Foi extinta a punibilidade'', respondeu o defensor.
Pivetta acrescentou que nada o impede de assumir o cargo no órgão. Ele encaminhou prints de certidão negativa de antecedentes criminais na Justiça Estadual que, até 17/02/2019, não consta nada em desfavor do cliente. O mesmo ocorreu na esfera Federal.
O defensor advertiu ainda a possibilidade de processar o site caso alguma inverdade fosse publicada.
Voltamos a questionar Genis sobre seus diversos registros na Polícia Civil como ameaça, tentativa de furto, estelionado e perturbação da tranquilidade, onde ele figura como autor, mas ele não quis responder.
Também questionamos a assessoria do órgão sobre a entrega dos antecedentes criminais ao Detran. A resposta é que o questionamento seria entregue ao setor responsável e respondido posteriormente.
Moralidade
Em maio deste ano, a Prefeitura de Campo Grande sancionou a lei 6.194/19 , que proíbe a contratação na administração municipal, de pessoas condenadas pela Lei Maria da Penha. A medida foi considerada um avanço na luta contra a violência contra as mulheres.
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