Política

30/06/2019 15:15

LAVA JATO: Lula estará nas ruas em agosto, aposta Vander Loubet

Para deputado federal de MS, embora com soltura negada, causa de ex-presidente tem conquistado apoio público

30/06/2019 às 15:15 | Atualizado 01/07/2019 às 09:31 Celso Bejarano, de Brasília
Vander Loubet, deputado federal pelo PT-MS - Assessoria/Câmara dos Deputados

Mesmo o STF (Supremo Tribunal Federal) tenha negado terça-feira o pedido de liberdade do ex-presidente Lula, encarcerado um ano e dois meses atrás, por ter sido condenado a oito anos de prisão por corrupção e lavagem de dinheiro, o deputado federal sul-mato-grossense Vander Loubet (PT) viu o resultado como positivo. “Queríamos Lula livre ontem, não deu, mas nossa narrativa é que isso aconteça em agosto. O assunto tem conquistado apoio por meio da opinião pública”, disse acreditar o parlamentar.

O STF entra em recesso no dia 1º de julho e retoma às sessões somente no início de agosto. Pelo definido pela 2ª Turma da corte, os magistrados vão julgar a apelação dos advogados do ex-presidente que, já no ano passado sustentavam em petição que o juiz federal que condenou Lula, o hoje ministro da Justiça, Sérgio Moro, agiu com parcialidade no processo e na sentença aplicada.

As desconfianças sobre Moro cresceram ainda mais nas duas últimas semanas, período que o site noticioso Intercept Brasil tem publicado uma série de reportagens acerca do vazamento de conversas, pelo Telegram, travadas entre o ex-magistrado e procuradores da República que coordenavam a Lava Jato, operação que motivou a condenação de Lula. Pelos diálogos, o agora ministro agia como o chefe da investigação, orientava e dava palpites nos trabalhos dos procuradores e combinava estratégias para acusações, atitudes condenáveis pela legislação brasileira.

“A condenação foi exclusivamente para tirá-lo do páreo eleitoral”, afirmou Loubet, suscitando a ideia de parcialidade de Sérgio Moro que, com a condenação do ex-presidente conquistou notoriedade nacional e internacional e proximidade com o presidente Jair Bolsonaro, que o nomeou ministro.

O parlamentar acredita que, até julho, o Intercept Brasil deva mostrar em outras reportagens novos diálogos que devem comprometer a imparcialidade do ex-juiz no processo que sentenciou o ex-presidente.

“Até agora tudo que foi publicado tem sido provado”, disse o parlamentar. Sérgio Moro tem insistido em dizer que os diálogos publicados podem ter sido adulterados, mas ele não nega que conversava com os procuradores.

O jornalista Glenn Greenwald, um dos donos do Intercept e um dos autores das reportagens, em comissão da Câmara dos Deputados, disse ontem, na terça (25), que o site prepara a divulgação de áudios das conversas de Moro e de procuradores do MPF. Até agora, foram publicados apenas textos que narram as conversas.