25/06/2019 14:01
Carlos, o Zero Dois de Bolsonaro, derruba governo e é melhor Jair se acostumando
Impropérios de vereador do Rio atrapalham o Congresso, avaliam políticos de MS
Carlos Bolsonaro, o Zero Dois do presidente e ‘Carluxo’ da oposição, tem dado o que falar desde o começo da gestão de Jair Bolsonaro. Verborrágico e onipresente nas redes sociais, o vereador do Rio de Janeiro extrapola suas funções políticas e pressiona, inclusive, o Congresso, especialmente próximo de votações importantes, como a da Reforma da Previdência.
A sequência de postagens do vereador ocorre desde o começo do ano, e fica mais intensa em momentos críticos. Nessa semana mesmo, quando a Comissão da Reforma tem novo embate na Câmara dos Deputados, o Zero Dois dispara que ‘todos os vagabundos se uniram para deixar o governo inviável’.
Assim, sem nominar e com acusações no ar, Carluxo revolta deputado, senadores e já ‘ajudou’ até na queda de ministros. “Não sei a quem ele está se referindo. Minha parte estou fazendo para que o País volte a crescer”, dispara a deputada Rose Modesto, do PSDB de Mato Grosso do Sul. “Esse tipo de manifestação não contribui com nada”.
“As postagens do filho do Presidente, quando ofensivas e vazadas em linguagem de baixo calão - o que é frequente - não são bem recebidas por grande parte da Câmara dos Deputados”, reclama outro parlamentar sul-mato-grossense, Fábio Trad (PSD).
Ele ainda completa: ‘penso que não é inteligente aprofundar divergências em um momento tão sensível como o atual. Ele é o filho do Presidente e, como tal, poderia ajudar o governo a criar laços e raízes com as forças políticas para construir consensos. Ao postar xingamentos, códigos e profecias indecifráveis, só reforça a ideia de que o governo está produzindo crises desnecessárias, dissipando energia política que poderia ser canalizada para o bem do Brasil’.
O balanço é que, enquanto o governo tenta, ou pelo menos afirma tentar, uma agenda positiva com a Câmara dos Deputados e com o Senado, atitudes do filho do presidente só dificultam a relação entre os poderes. E quem perde nessa equação é o Brasil, ainda travado economicamente, socialmente e politicamente.