Cultura

10/06/2019 19:00

Senadora de MS sugere boicote à Netflix por documentário sobre Lula e Dilma

Parlamentar replicou a postagem de um usuário em que ele faz uma crítica à produção brasileira

10/06/2019 às 19:00 | Atualizado 11/06/2019 às 09:15 Luis Abraham
Agência Brasil/Reprodução/Wesley Ortiz

A senadora Soraya Thronicke (PSL) tem se mostrado bastante atualizada quanto aos temas cotidianos da população brasileira, entre eles, o catálogo da distribuidora digital Netflix. O mais novo lançamento da plataforma de transmissão via streaming tem dado o que falar antes mesmo da estreia global, programada para acontecer em 19 de junho.

'Democracia em vertigem' é uma produção original brasileira da Busca Vida Filmes em parceria com a gigante norte-americana do entretenimento sob a direção de Petra Costa. No longa, a cineasta analisa a ascensão e queda de Lula e Dilma, bem como a consequente polarização de uma nação.

Nas redes sociais, as opiniões se divergem entre os que consideram 'Democracia em vertigem'  uma propaganda do período em que o Partido dos Trabalhadores (PT) governou o Brasil, entre 2002 e 2016, e aqueles que classificam o documentário como um relato sombrio daquilo que o país se transformou na última década.

(Foto: reprodução/Twitter)

"Desserviço da @NetflixBrasil! Sim, uma campanha de boicote é o que devemos fazer", disse Soraya em resposta a um usuário do Twitter, disparando contra a plataforma digital e sugerindo um cancelamento em massa das assinaturas.

A postagem replicada pela senadora partiu de um rapaz identificado como Allan dos Santos, onde afirma que "a mulher responsável pela aprovação dos seriados e filmes do @NetflixBrasil era da produtora Conspiração. Uma produtora que NASCEU e CRESCEU na era PT. O resultado? Isso aqui."

Até aí tudo certo, inclusive é garantida pela Constituição Federal a livre manifestação do pensamento, sendo vedado o anonimato, o usuário só esqueceu-se de atentar para o fato de que a Busca Vida nada tem a ver com a Conspiração Filmes. Além disso, a produtora citada por Allan foi fundada em 1991, ou seja, 11 anos antes de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) chegar à presidência da República, tendo já colocado nos cinemas de todo o país produções de sucesso como, Eu, Tu, Eles (2000), O Homem do Ano (2003), Casseta & Planeta: A Taça do Mundo É Nossa (2003) e Redentor (2004) bem antes do fim do primeiro mandato de Lula, em 2006. Bem como até então já havia produzido nomes consagrados da música brasileira como Marisa Monte, Titãs, Milton Nascimento, Paralamas do Sucesso, Gilberto Gil e muito mais.

Autonomia

A distribuidora norte-americana revolucionou o mercado de filmes e séries indo na contramão dos estúdios tradicionais, isto é, a Netflix não interfere no conteúdo produzido pelos parceiros. A partir do momento em que o roteiro é aprovado, ele vai direto para produção, eliminando custos e o tradicional processo de desenvolvimento, em que o conteúdo sofre diversas adaptações para atender ao estúdio.

Quando e onde quiser

Outro fator que contribuiu para o sucesso do formato é que enquanto os canais de televisão mantêm a audiência cativa lançando um episódio por semana e com um hiato entre as temporadas, a Netflix deixa todos os capítulos disponíveis de uma só vez. Assim o usuário do serviço assiste quando e o onde quiser. Confira o trailer da produção que a senadora sugere boicote: