Cidades

07/06/2019 11:10

'Menosprezada' por Bolsonaro, cadeirinha salvou filho de advogada morta em tragédia na Afonso Pena

Em outros acidentes, crianças seriam arremessadas para fora dos veículos não fosse o equipamento

07/06/2019 às 11:10 | Atualizado 07/06/2019 às 16:59 Thiago de Souza
Marcelo Camargo/ Agência Brasil

A cadeirinha para bebês e crianças já salvou a vida de muitas crianças em estradas de Mato Grosso do Sul e nas ruas de Campo Grande. Em um episódio trágico, em 2017,  o carro da advogada Carolina Albuquerque Machado capotou várias vezes após ser atingido por uma Nissan Frontier. O menino de três anos sobreviveu graças ao equipamento. A mãe morreu.

O acidente ocorreu em 2 de novembro de 2017, quando a advogada e o filho, que seguia pela Afonso Pena, sentido Parque dos Poderes, fez conversão à esquerda para acessar a rua Paulo Coelho Machado. Ela furou o sinal vermelho e a Nissan Frontier, que vinha a 115 Km/h, a atingiu em cheio.

Conforme o processo criminal, o carro de Carolina foi parar a quase cem metros do local do impacto. Antes disso, capotou várias vezes. O pequeno, que sofreu fratura na clavícula e algumas escoriações, se recuperou e hoje está bem.

O fato é que o presidente Jair Bolsonaro entregou, na quarta-feira (5), à Câmara dos Deputados, projeto de lei que flexibiliza vários exigências do Código Brasileiro de Trânsito. Entre elas a que diz respeito às cadeirinhas e assentos para crianças.

Acidente com criança registrado pelo TopMídiaNews - Foto: Wesley Ortiz

As regras, conforme o PL3267/19, seguem as mesmas de hoje. O que deixa de existir é a multa aplicada a quem não carregar crianças abaixo de sete anos e meio fora de um dispositivo de segurança, como o bebê conforto, a cadeirinha e o assento elevado, nesses casos de acordo com o peso e a idade da criança.

A infração segue como gravíssima e tira pontos da CNH do condutor, mas a multa de R$ 293,47 é substituída por uma advertência por escrito.

A questão é que especialistas acreditam que, com a retirada da multa, pais e mães poderão infringir a resolução, o que traria enormes riscos à segurança dos pequenos.

'Pimpolhos' saem ilesos de acidente por usarem cadeirinha. (Foto: PRF Divulgação)

Vidas salvas

Em 26 abril de 2018, carro com dois adultos e três crianças capotou na BR-163, próximo a São Gabriel D'Oeste. O veículo parou de cabeça para baixo e os dois ocupantes adultos foram salvos pelo cinto de segurança.  

Segundo a Polícia Rodoviária Federal constatou à época, as crianças saíram ilesas graças ao uso do bebê conforto, assento de elevação e cadeirinha respectivamente. O fato foi tão celebrado, que rendeu até uma foto com uma policial e os três 'anjinhos'.

Inspetora diz que cadeirinha salvou gêmeos em batida na BR-163. (Foto: Divulgação PRF)

Outro acidente que comprova a necessidade da cadeirinha ocorreu em março de 2016, na BR-163, durante o feriadão da Semana Santa. Um carro seguia pela região de Nova Alvorada do Sul quando aquaplanou e bateu em uma árvore. Dentro dele, bebês gêmeos de cinco meses que saíram ilesos, apesar da violência da batida, justo pelo uso do equipamento.  

A emoção ao ver os bebês salvos foi grande. A inspetora Vivian Andrade Correia disse, à época, ao G1, da satisfação em vê-los bem foi grande, principalmente por entender que se não fosse a cadeirinha, os dois teriam sido arremessados para fora do carro.