04/06/2019 16:39
“Foi um tapa, mas isso acontece", diz agressor que incendiou casa por não aceitar término
Homem está preso e alega arrependimento das agressões e incêndio
Durante interrogatório na tarde desta terça-feira (4) Izidoro Gonçalves, de 45 anos, responsável por incendiar a casa da ex-mulher em Campo Grande e ameaçá-la de morte, alegou arrependimento e negou agressões de socos e chutes, dizendo ainda ‘apenas ter dado um tapa’. O caso aconteceu no dia 29 de maio e o autor segue preso desde o dia 31, quando se apresentou na delegacia.
O casal ficou junto por 27 anos e tem cinco filhos. O agressor fez ameaças ao vivo por telefone, durante reportagem de uma emissora de TV, dizendo “vou matar ela, vou matar ela”.
Ele foi ouvido pela delegada-titular da Deam (Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher), Joilce Ramos. Questionado durante interrogatório sobre as ameaças, Izidoro alegou que estava de ‘cabeça quente’ e que situação começou no Dia das Mães
“Minha cunhada ligou e chamou para um churrasco do Dia das Mães. [...] Ela dormiu na casa da minha cunhada e do meu cunhado, só que esse meu cunhado é muito pra frente, ai eu fiquei com ciúmes”, declarou.
(Foto: Wesley Ortiz)
Questionado, o autor negou as agressões, reforçando que apenas perguntou o motivo dela ter dormido lá. Segundo ele, a irmã da vítima seria ‘má influência’ e ‘fica levando ela pra baixo e pra cima’.
“Não dei soco, fez hematoma, mas foi um tapa. Mas isso acontece, sempre foi assim. O motivo de ter incendiado pra ela não ficar na casa, porque a irmã estava arrastando ela pra baixo e pra cima”.
Sobre as ameaças de morte, disse que foi em um momento de ira e que tudo seria culpa da sua cunhada. “Quando aconteceu o negócio do incêndio, foi a hora que eu peguei ela lá na escola pra gente sair de lá. [...] Só que eu tava em contato com ela, tudo culpa da Juliana [irmã da vítima]. Na hora da ameaça que falei que ia matar ela passou um negócio ruim na minha cabeça, aí falei sem pensar, só que estou arrependido disso ai”.
Hoje, disse ainda que quer sair da cadeia e arrumar serviço, e que se encontrar a mulher daqui dois anos com outra pessoa, não vai fazer nada. “Minha cabeça tá mudada, esses dias que estou aqui não está sendo fácil pra mim”.
Histórico de agressões.
Em 2015, a vítima, de 38 anos, já havia registrado um boletim de ocorrência e solicitado uma medida protetiva contra o autor. Para fugir da insistência e perseguição, a mulher foi morar em um assentamento, próximo a Campo Grande.
O caso
Uma dona de casa, de 38 anos, teve casa incendiada pelo ex-marido, no dia 29 de Maio, na Rua Sérgio Buarque de Holanda nas imediações do Alves Pereira em Campo Grande. O motivo da separação seriam as agressões do suspeito, um autônomo de 45 anos, identificado como Ezidoro Gonçalves. Ele tem feito ameaças constantes, tendo inclusive dito que colocaria fogo na casa onde ela mora, por não aceitar o fim da relação.
Cumprindo as ameaças, o suspeito entrou pelos fundos do imóvel e ateou fogo no sofá, o incêndio se alastrou e a mulher perdeu também televisão, aparelho de DVD e diversos outros objetos que estavam na sala.
Os vizinhos perceberam a fumaça e passaram uma mangueira pelo muro da casa, bem como acionaram o Corpo de Bombeiros. A mulher afirma que o filho mais velho, de 23 anos, fica revoltado com as agressões por parte do pai e que tenta apaziguar a situação.