Política

29/05/2019 11:30

NO AR: Edson Giroto delata ou não delata?

Ex-número 1 de Puccinelli, preso desde 2018, diz estar ‘pagando preço muito caro’

29/05/2019 às 11:30 | Atualizado 30/05/2019 às 09:34 Celso Bejarano, de Brasília
Ex-secretário foi um dos principais nomes atinngidos pela Lama Asfáltica - Cayo Cruz

Ex-secretário estadual de Obras, tido como o número 1 da gestão do governo de André Puccinelli, do MDB (2005-2014), Edson Giroto, preso desde maio do ano passado, deixou no ar frases soltas, em entrevista ontem, suscitando que algo de ruim pode enroscar ainda mais seus parceiros em eventuais crimes cometidos, lá atrás.

Giroto, preso no âmbito da Lama Asfáltica, operação da Polícia Federal, que desvelou o maior esquema de corrupção que se tem notícia em Mato Grosso do Sul, já sentenciado a quase dez anos de prisão, por esconder informações acerca do dinheiro investido na compra de uma fazenda, disse que “está pagando preço muito caro”, que ficar por tanto tempo na prisão “não é justo com um cara que trabalhou tanto”, e que não é costume seu “em mentir”.

Em dado instante da conversa, indagado se era vontade dele recorrer a delação premiada, Giroto nem disse que sim nem afirmou que não. Ficou quieto, apenas.

Delação premiada é uma ferramenta em que o investigado conta o que sabe e, em troca disso, tem a pena reduzida. Alguns que fizeram isso na operação Lava Jato, inclusive, cumprem pena fora da prisão, em casa.

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No diálogo, em momento algum o ex-secretário de Obras de Puccinelli, outro processado por corrupção, disse ser inocente. Ele afirmou que o juiz que o condenou foi “duro” na aplicação da pena e que já ficou encarcerado por “tempo demais”.

O ex-secretário está preso no Centro de Triagem Anízio Lima, em Campo Grande, ao lado do cunhado Flávio, que seria dono de empreiteira e faturava recursos supostamente desviados dos cofres estaduais, ingressou com apelação pela soltura, ainda não examinado pela judiciário.

Investigações conduzidas pela Polícia Federal, CGU (Controladoria Geral da União) e Receita Federal, revelam que na gestão de Puccinelli a corrupção era praticada em superfaturamento de obras, fraudes em licitações, liberação de benefícios fiscais e lavagem de dinheiro.

O ex-governador ficou preso por cinco meses e foi solto por meio de liminar. Ele também responde processos por corrupção na Justiça Federal. Giroto é amigo de Puccinelli desde que o emedebista fora prefeito de Campo Grande (1997-2004).