Campo Grande

17/05/2019 07:00

Com doença degenerativa na coluna e câncer, idoso perde benefício e família quer explicações

Família lutou para conseguir o benefício, que foi cortado em fevereiro deste ano sem aviso prévio

17/05/2019 às 07:00 | Atualizado 17/05/2019 às 13:10 Nathalia Pelzl
Arquivo Pessoal

A família do pastor e marceneiro Renê Coelho Cavilioni, 60 anos, está desesperada. O idoso, que tem problemas na coluna e laudos que comprovam a inaptidão para o trabalho, teve o benefício de auxílio-doença, cortado pelo INSS (Instituto Nacional do Seguro Social).

A filha de Renê, Adriana Cavilioni, 30 anos, conta que foi difícil conseguir que o pai recebesse e agora não entende porque o benefício foi cortado, já que ele possui todos os laudos.

“Ele tem esse problema na coluna há anos, sempre reclamava de dor, aí foi no médico e constatou, através de exames, que não poderia trabalhar. Isso foi em 2014. O médico deu um laudo para ele encostar. Os exames apontaram que ele tem a coluna de uma pessoa que não anda. Fez um exame chamado cintilografia e outros, só não fez ressonância”, relata.

Segundo a filha, na época, o pai trabalhava com marceneiro e realizava alguns serviços de serralheiro e pedreiro. Mesmo assim, antes de o pai conseguir encostar, o benefício foi negado mais de 3 vezes.

“Ele morava em Caarapó, teve o benefício negado três vezes lá, na quarta conseguiu, após contratar advogado e entrar com uma ação contra o INSS. Em 2015, descobriu um câncer de próstata. Aí foi quando falei que não tinha condições dele ficar em Caarapó e pedimos pra ele vir pra Campo Grande. Tudo isso sem salário, recebia apenas R$ 500 de ajuda da igreja, morava no fundo da igreja. Minha mãe trabalhava como doméstica, três vezes na semana, ganhava em torno de R$ 700”, desabafa.

Família é humilde e vive em casa de madeira - Foto: Arquivo Pessoal

Ela reforça que depois de tanta luta, agora em março, a família teve uma surpresa.

“Eu corri atrás, foram mais de três vezes até conseguirmos, fui à Sesau atrás do secretário, mas agora, em fevereiro, descobrirmos que meu pai tinha que ter ido à perícia, só que ninguém avisou, ele não sabia. Quando foi no mês de março, meu pai foi receber e não tinha pagamento. O banco mandou a e gente procurar o INSS”, revela.

Segundo a filha, uma nova perícia foi marcada e realizada na última segunda-feira (13). A médica olhou os exames e falou para a família ver o resultado na internet. Quando foram consultar, a surpresa, o benefício havia sido negado.

“Não sabemos o motivo, meu pai e minha mãe moram em uma casa simples de madeira. Minha irmã não tinha pra onde ir com o marido e a filha é especial, então meu pai os abrigou, mas não sei se é por isso”, conta.

Procurada, a assessoria de imprensa do INSS informou que o segurado encontrava-se em benefício de 2014 até 02/2019, sendo que o benefício é Judicial, cessado por ter sido transitado e julgado na revisão administrativa. Disse ainda que, para reativar esse benefício, somente com outra determinação Judicial e finalizou dizendo: "Hoje, nada podemos fazer".