Polícia

02/05/2019 07:00

RETALIAÇÃO: agente que denunciou farra de diretor em presídio é transferido

Encarcerados estariam sendo ocupados como se fossem mecânicos particulares de agentes penitenciários

02/05/2019 às 07:00 | Atualizado 02/05/2019 às 17:00 Celso Bejarano, de Brasília
Keila Oliveira

Agente penitenciário da PED (Penitenciária Estadual de Dourados) foi transferido do local onde cumpria expediente, segundo suspeita ele, por ter denunciado suposto esquema que envolvia presos e servidores num eventual esquema de prestação de serviços dentro da prisão. Encarcerados estariam sendo ocupados como se fossem mecânicos de agentes penitenciários da maior cadeia de Mato Grosso do Sul, a PED.

Comunicados internos, os quais o TopMídiaNews teve acesso, indicam que Thomas Silva Portugal, agente penitenciário da área de segurança e custódia da PED foi removido “por motivo operacional, em decorrência dos fatos mencionados para preservá-lo até a apuração dos fatos”.

Portugal foi transferido para trabalhar no presídio para condenados que cumprem pena no regime semiaberto de Dourados. Ele gravou pelo celular a entrada e saída de carro dentro do pátio do PED.

Na cena, divulgada em primeira mão pelo TopMídiaNews, é possível ver um servidor da penitenciária consertando um veículo de um dos agentes.

Pelas imagens, nota-se o servidor, que seria Jackson Bendassoli, administrador do cárcere, cargo de chefia, entrando no estabelecimento e um detento fazendo o restauro numa carreta pequena fabricada para transportar motocicletas. O administrador não foi transferido.

A reportagem entrevistou depois o diretor do presídio, Manoel Machado, que disse ser “normal” o episódio gravado por Thomas Portugal.

Passados alguns dias, a direção de operações da Agepen (Agência Estadual de Administração do Sistema Penitenciário) emitiu uma nota contrariando o conceito do diretor. 

No comunicado, é dito que é “expressamente proibido a realização de qualquer atividade/serviços de caráter particular da Direção e/ou servidores, dentro das unidades penais, utilizando-se da mão de obra de internos (gratuita ou paga) ”.

Thomas Portugal questiona o diretor da PED se só ele seria transferido por ter a denúncia proposta investigada.