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20/04/2019 17:20

Presos por agredir PMs em torcidas organizadas se unem como se fossem para a 'guerra'

Outros três envolvidos são considerados foragidos

20/04/2019 às 17:20 | Atualizado 20/04/2019 às 17:29 Meia Hora
Reginaldo Pimenta / Agência O Dia

A Polícia Civil, em operação conjunta com a PM, prendeu na manhã deste sábado  sete integrantes de torcidas organizadas do Vasco e Botafogo. Outros três envolvidos são considerados foragidos. O grupo é acusado de agredir policiais militares do Regimento de Cavalaria no dia 17 de fevereiro durante uma confusão na abertura dos portões do jogo entre Fluminense e Vasco, no Maracanã, pela final da Taça Guanabara .

"A investigação começou logo após o confronto. Na ocasião, pessoas que se dizem torcedoras do Vasco tentaram forçar a entrada no Maracanã, que estava fechado por conta de uma decisão judicial. A PM interviu e foi violentamente agredida com pedras, pedaços de pau e rojões. Além dos policiais até os cavalos da PM ficaram feridos" disse o delegado Roberto Ramos, responsável pela investigação.

A base de dados do Batalhão Especializado de Policiamento em Estádios (Bepe) foi utilizada para a identificação dos torcedores. Com os nomes em mãos, a Polícia Civil iniciou a investigação.

A operação aconteceu neste sábado por suspeita de mais confrontos marcados para este domingo, quando Flamengo e Vasco se enfrentam pela final do Campeonato Carioca. Parte do material apreendido está sendo analisado para confirmar a possibilidade de confronto e prender outros envolvidos.

Um fato que chamou a atenção dos policiais na investigação foi a forma de comunicação que os acusados utilizavam. "Eles se comunicam de uma maneira paramilitar. Usam vocabulários como 'vamos montar o pelotão', 'vamos para a guerra', 'vamos para o combate', 'vamos acabar com os inimigos'. Dessa forma, fica claro que o único objetivo deles é arrumar confusão e briga, seja com outros torcedores ou até mesmo com a polícia", completou o delegado.

A ação foi concentrada em Queimados, Nilópolis e Mesquita, na Baixada Fluminense, local de residência dos acusados. Apesar de parecer incomum, o envolvimento de membros da torcida organizada do Botafogo acontece por causa de uma parceria com a torcida do Vasco para provocar briga e confusão com outros torcedores.

Lucas de Souza Santos, de 19 anos, e integrante da Força Jovem Vasco, Yan Matheus Nascimento de Seixas de Lima, 22 anos, da Fúria Jovem Botafogo, Marco Aurélio Oliveira Francisco, 37, da Força Jovem Vasco, Rogério da Silva Filho, 40, da Força Jovem Vasco, Fabrício de Lira Amaral, 27 anos,da Torcida Jovem Botafogo, além de Matheus Couto dos Santos Velosos Cardoso, 19, e da Fúria Jovem Botafogo, já estão presos na 18ª DP (Praça da Bandeira) e serão encaminhados ao sistema prisional em breve.

Durante as buscas, mais um envolvido na confusão e que ainda não havia sido identificado foi encontrado e também preso. Sua identidade, no entanto, não foi revelada. Jefferson do Nascimento Granthon, Renato de Oliveira da Silva, Maicon de Souza da Silva e Marcus Vinicius Nunes Ferreira são considerados foragidos. 

Na casa de Yan Matheus , considerado pelos um dos líderes da organização e com envolvimento em outros episódios de violência entre torcidas, foi encontrada uma camisa da torcida Raça Rubro-Negra. Segundo o delegado Roberto Ramos, trata-se de um "troféu de guerra", conquistado geralmente após o espancamento de algum integrante da torcida adversária. 

Também foram apreendidos rojões, um estilete, soco inglês, protetor bucal tipicamente utilizado por lutadores, camisas das torcidas organizadas com dizeres que incitam violência e um bandeirão em homenagem a membros da torcida organizada que morreram, possivelmente em algum confronto de torcidas.

Os acusados vão responder pelos crimes de condutas de promoção de tumulto, associação criminosa e dano ao patrimônio público. Se somadas, as penas podem chegar a oito anos de prisão.