Polícia

17/04/2019 11:54

Ex-presidente peruano Alan García morre após dar tiro na cabeça

Ele passou por cirurgia, mas acabou morrendo

17/04/2019 às 11:54 | Atualizado 17/04/2019 às 11:58 Dany Nascimento
Reuters/Guadalupe Pardo

O ex-presidente peruano Alan García morreu em um hospital em Lima após tentar suicídio com um tiro na manhã desta quarta (17).

O diretor do hospital, Enrique Gutiérrez, afirmou que, ao dar entrada no hospital, o ex-presidente tinha dois orifícios de bala no crânio, “um de entrada e um de saída”.

O atual presidente do Peru, Martín Vizcarra, publicou em rede social uma mensagem de condolências para os familiares e amigos.

García tentou suicídio após a chegada de policiais na sua casa, em Lima, para prendê-lo por um caso de corrupção ligado à empreiteira brasileira Odebrecht.

A Justiça do Peru havia determinado a prisão de dez dias do ex-presidente pela acusação de receber dinheiro ilegal da Odebrecht em uma campanha eleitoral em 2006, de acordo com o site do jornal peruano "El Comercio".

Segundo a publicação, às 6h25 de Lima (8h25 em Brasília), policiais chegaram à casa de García com um mandado de busca e apreensão.

ouco depois, uma equipe de escolta pediu ao ex-presidente que descesse, porque também havia um pedido de detenção. Eles relataram que García se comunicou com seus advogados e, então, se escutou um disparo.

Ele foi levado ao hospital Casimiro Ulloa, na capital peruana, e chegou a ficar algum tempo em coma. Foi submetido a uma cirurgia, mas acabou morrendo.

Propinas da Odebrecht

A Odebrecht é investigada no Peru por ter pago propina para ganhar contratos de obras de infraestrutura. Os casos de suborno da Odebrecht no país já levaram à prisão o ex-presidente Pedro Pablo Kuczynski e a líder da oposição, Keiko Fujimori.

Kuczynski, que nega envolvimento com qualquer irregularidade, foi detido na quarta-feira (10), após a emissão de uma ordem de prisão preliminar por suspeita de envolvimento com esquema de lavagem de dinheiro.

Os ex-presidentes Ollanta Humala e Alejandro Toledo também tiveram a imagem abalada por envolvimento com irregularidades relacionadas à construtora brasileira.

Em fevereiro, a Odebrecht fechou acordo de colaboração com o governo do Peru. A companhia já fez acertos similares com outros sete países: Brasil, Estados Unidos, Suíça, República Dominicana, Panamá, Equador e Guatemala.