16/04/2019 15:31
Pintor confessa assassinato de major e diz que matou por ser chamado de ‘trombadinha’
Autor do golpe de faca que tirou a vida de Paulo Settervall foi encontrado em casa abandonada
Foi identificado como Bruno da Rocha, 31 anos, o assassino do professor e major aposentado do Exército Brasileiro Paulo Setterval, 57 anos, em Bonito, a 247 km de Campo Grande. O pintor confessou o crime ao ser encontrado em uma casa abandonada em região afastada do centro do município, 30 horas após o fato.
O delegado-titular da Delegacia de Polícia de Bonito, Gustavo Henrique Barros, comunicou, em coletiva de imprensa, que o homem alegou ter agido por se sentir ofendido pela vítima. Instantes antes, ele havia se aproximado de Setterval, enquanto o professor fumava em frente a seu hotel na noite de domingo (14).
Em seu depoimento, o autor alegou que passava em frente ao hotel e pediu um cigarro, que teria sido negado por Paulo. “Ele disse que se sentiu constrangido e irritado, desceu a avenida, largou bicicleta, voltou por trás da vítima e desferiu golpe na região torácica. [...] Afirmou que no momento chegou a dizer à vítima ‘aqui está o trombadinha’”, declarou o delegado.
Imagens das câmeras de segurança do hotel registraram o momento em que os dois conversam, mas não há nenhuma manifestação de violência antes de o pintor voltar e desferir o único golpe em Paulo.
A vítima foi encontrada por funcionários do hotel, que avisaram a polícia. A esposa do major e professor foi avisada pelas autoridades momentos depois, já que estava no quarto do hotel.
A polícia já havia realizado buscas na residência de Bruno, que não estava no local, mas lá foram encontradas roupas queimadas, possivelmente sujas de sangue. O assassino foi encontrado pela madrugada na casa abandonada, por volta de 3h desta terça-feira (16), com a ajuda de testemunhas.
O delegado disse ainda que o autor estava com mais de uma faca no momento do crime, mas nenhuma arma foi encontrada. Ele teria saído armado após brigar com ex-mulher e cunhado, talvez já intencionado em cometer algum crime.
Quando o autor confesso foi encontrado, não foi constatado nenhum sinal de embriaguez ou entorpecência por uso de drogas. “Em seu depoimento, ele foi claro e objetivo, sendo assim não foi possível constatar sinal de arrependimento”, afirmou Barros.
Bruno está preso na delegacia do município e deve ser indiciado por homicídio qualificado, motivo torpe e meio que dificultou defesa. O pintor tem passagens policiais pelos crimes de tráfico de drogas, ameaça e desacato.