28/03/2019 16:42
Temer vira réu no caso da mala dos '500 mil da JBS'
Processo vai tramitar na 15ª Vara Federal de Brasília
O ex-presidente da República, Michel Temer (MDB), virou réu em um processo por corrupção passiva, nesta quinta-feira (28), na 15ª Vara Federal de Brasília. O caso ficou conhecido como a mala dos ‘’500 mil da JBS’’.
Conforme explicou o Estadão, segundo a denúncia oferecida à época, e ratificada pelo procurador da República Carlos Henrique Martins Lima, os pagamentos poderiam chegar ao patamar de R$ 38 milhões ao longo de 9 meses. Com o fim do foro privilegiado de Temer, o processo foi remetido à primeira instância e tramita em segredo de Justiça.
Em abril de 2017, o então assessor do presidente Rodrigo Rocha Loures foi filmado em ação controlada da Polícia Federal recebendo uma mala com R$ 500 mil do executivo da J&F, Ricardo Saud. Ele foi um dos alvos da Operação Patmos, deflagrada em maio daquele ano, com base na delação de executivos da holding.
Temer já havia sido denunciado, no entanto, o Congresso Nacional rejeitou abertura de processo contra Temer. Já Loures passou a responder processo na 10ª Vara Federal de Brasília. Assim que o mandato de Temer terminou, Procuradoria requereu novamente à Justiça abertura de ação penal contra o emedebista.
Segundo o Ministério Público Federal, Rocha Loures supostamente agiu em nome de Temer e na condição de “homem de confiança” do presidente para interceder junto à diretoria do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) – órgão antitruste do governo federal – em benefício da JBS. Delatores da J&F dizem que foi prometida uma “aposentadoria” de R$ 500 mil semanais durante 20 anos ao emedebista e ao presidente Temer.
Segundo escreveu o Estadão, quando foi denunciado, a defesa do ex-presidente assim se manifestou:
Nota da defesa
A denúncia ratificada pelo MPF, que imputa a prática de crime ao ex-presidente Temer pelos fatos relacionados ao recebimento de mala contendo dinheiro pelo ex-deputado Rodrigo Rocha Loures, é a primeira acusação formulada pelo ex-Procurador-Geral da República, depois da deflagração, em maio de 2017, da sórdida operação com a qual se pretendeu depor o então presidente da República.
Como tudo que nasceu daquela operação ilegal e imoral, essa imputação também é desprovida de qualquer fundamento, constituindo aventura acusatória que haverá de ter vida curta, pois, repita-se, não tem amparo em prova lícita nem na lógica.