Polícia

27/03/2019 16:16

Operação de combate ao contrabando de cigarros e agrotóxicos termina com um preso em MS

Segundo a PF, quadrilha trazia os produtos ilegalmente do Paraguai e os distribuía principalmente em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso

27/03/2019 às 16:16 | Atualizado 27/03/2019 às 15:40 Da redação/G1
Reprodução/G1

Oito pessoas foram presas pela Polícia Federal (PF) nesta quarta-feira (27) durante uma operação que tinha como objetivo desarticular uma quadrilha especializada no contrabando de cigarros e de agrotóxicos no Paraná e em outros quatro estados. A ação foi batizada de "Contaminatus". Segundo a PF, o grupo estava sediado em Guaíra, no oeste do Paraná, de onde os produtos trazidos ilegalmente do Paraguai eram distribuídos em especial para Mato Grosso e Mato Grosso do Sul.

As investigações iniciadas em 2017 depois de duas apreensões que somaram cerca de 1 tonelada de agrotóxicos e dezenas de caixas de cigarros apontaram a existência de empresas de fachadas fundadas para expedir notas fiscais e assim dar uma aparência de legalidade ao transporte dos produtos contrabandeados.

De acordo com o delegado Jonathan Klock, uma das empresas tinha como endereço Curitiba e outra Sinop (TO). O delegado explicou que o produto trazido do Paraguai era reembalado em Umuarama, de onde seguia principalmente em vans para Sinop e de lá era distribuído para a região e outros estados. A polícia não soube informar quanto a quadrilha movimentou, mas disse que os carregamentos eram feitos semanalmente.

Mandados e prisões

No total, foram expedidos pela 1ª Vara Federal de Guaíra oito mandados de prisão preventiva – por tempo indeterminado – e 17 de busca e apreensão. Até o fim da manhã, um dos suspeitos, que mora no Pará, estava foragido. Um casal foi preso em Guaíra. Também foi preso um suspeito em Umuarama e outro em Mundo Novo (MS).

Dois mandados de busca e apreensão foram cumpridos em Paraíso do Tocantins (TO), onde um homem - que não estava sendo investigado - foi preso em flagrante depois de os agentes encontrarem com ele uma escopeta e vários cartuchos de munição.

Ainda conforme a PF, os alvos terão bens, propriedades e contas bancárias indisponibilizados. A análise destas apreensões farão parte da segunda fase da operação, onde deverá ser investigado, entre outros, o crime de lavagem de dinheiro.

Crimes

Os suspeitos devem responder por organização criminosa, contrabando, descaminho e por crimes ambientais que envolvem a importação, comercialização, depósito, guarda e venda de substâncias nocivas à saúde humana e ao meio ambiente.

"Por isso a importância de se destacar que não se tratam apenas de crimes contra o fisco. O Brasil é um dos países que mais consome agrotóxicos por pessoa. A entrada e o consumo destes produtos certamente acarretou danos ambientais e para a saúde de muitas pessoas, assim como acontece com o cigarro já que o contrabando faz parte de uma cadeia de crimes contra o patrimônio e contra a vida", apontou o delegado.

A PF acredita que os compradores dos agrotóxicos sabiam que o produto era contrabandeado. Nestes casos, se comprovado o uso do produto proibido no Brasil, a lavoura pode ser inutilizada e o produtor também responder por crime ambiental.

Cinco estados