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24/03/2019 11:10

Bebê prematuro morre após bolsa romper e médico de hospital mandar mãe voltar para casa

Gestante começou a sentir as contrações, foi internada e recebeu alta dois dias depois de procurar hospital público

24/03/2019 às 11:10 | Atualizado 24/03/2019 às 09:45 Da redação / G1
Mariana Aparecida recebeu alta e foi orientada a voltar para casa usando uma fralda após sua bolsa romper . - Reprodução / Arquivopessoal/G1

Uma gestante perdeu um bebê prematuro após sua bolsa romper e ela ser orientada pela equipe médica de um hospital de Praia Grande, no litoral de São Paulo, a retornar para casa usando uma fralda. Mariana Aparecida Costa, de 27 anos, estava grávida, há sete meses, de um menino, cuja responsabilidade da morte é atribuída por familiares à negligência. A gestora do hospital nega irregularidades.

Uma parente de Mariana, que pediu anonimato, relatou que a gestante foi encaminhada ao Hospital Irmã Dulce após sentir dores e perceber que sua bolsa amniótica havia estourado. Na unidade, exames apontavam que o bebê apresentava bom estado de saúde. A familiar afirma, no entanto, que o médico que atendeu informou que a gestante não apresentava "dilatação suficiente para que o parto fosse realizado".

A paciente ficou em observação na maternidade de quarta-feira (20) até sexta-feira (22), quando recebeu alta e foi orientada pelo obstetra a retornar para casa utilizando uma fralda. Ainda conforme relato de familiares, ela deveria voltar ao hospital caso viesse a sentir dores, o que aconteceu durante a madrugada de sábado (23).

Após sentir as contrações, ela e o marido procuraram novamente a equipe do Hospital Irmã Dulce por volta das 2h. Após passar a madrugada recebendo soro, os médicos decidiram realizar o parto normal após Mariana aguardar mais oito horas, momento em que os profissionais perceberam que o bebê havia falecido.

"É revoltante, a família está toda abalada, acabamos de perder um bebê. E cada um dá uma desculpa e se contradiz. O mesmo médico já chegou a dizer que o bebê estava bem nos primeiros exames, agora diz que ele estava morto há dois dias", desabafa a parente de Mariana.

A paciente permanece internada no mesmo hospital e, apesar de estar em bom estado clínico, ela está abalada pela morte do bebê: "A Mariana tem dois filhos, um de 7 e outro de 5 anos, e como a gente conta para eles que o irmãozinho morreu? É triste demais", lamenta.

Por meio de nota, a direção do hospital confirmou que recebeu a gestante, que foi avaliada e internada. "Recebeu toda a assistência necessária ao seu caso, realizando todos os exames indicados, incluindo Ultrassonografia com Doppler e Cardiotocografia Fetal, com todos os resultados de exames sem alterações e o bebê e a gestante apresentando bom estado de saúde".

Segundo a nota do hospital, a paciente não apresentou aumento necessário de dilatação ou evoluiu para trabalho de parto. "Desta forma, a mesma recebeu alta e foi totalmente orientada sobre seu caso, com indicação de retorno imediato em caso de necessidade. Retornou à unidade no dia seguinte, em trabalho de parto prematuro, com o recém-nascido evoluindo à óbito, sendo o caso encaminhado ao Serviço de Verificação de Óbito".

A diretoria do hospital afirmou que se solidariza com a perda e se colocou à disposição dos familiares. A prefeitura de Praia Grande informou que não vai se manifestar sobre o ocorrido.