Campo Grande

há 5 anos

Atletas dão baile em juventude e mostram do que são capazes em vôlei adaptado

“Então, temos que sair do sofá, não ficar só no crochê”, termina entre risos atleta de 64 anos

23/03/2019 às 11:30 | Atualizado 24/03/2019 às 08:36 Nathalia Pelzl
Nathalia Pelzl

Valorizar e transformar a vida do público da terceira idade, esse é o objetivo da AABB através do vôlei adaptado. Hoje está sendo realizado o Segundo Festival de Vôlei Adaptado da AABB (Associação Atlética Banco do Brasil), com premiação aos primeiros colocados. Animada, às 7h, a turma já estava toda reunida para os jogos, deste sábado (23).

Com atletas de 50 a 80 anos, a pretensão dessa galera é grande. A ideia? Participar a nível nacional da superliga de vôlei adaptado. Lecir Marques Machado, de 56 anos, é da comissão técnica da modalidade. Ela conta que já são mais de 100 atletas, 11 times, sendo 4 masculinos e 7 femininos, e reforça a importância do esporte para esse público.

“Uma qualidade de vida, valorização da pessoa idosa junto ao esporte. O que vai acontecer agora, nossa ideia é inscrever essa galera para participar da superliga de voleibol adaptado, ela é tradicional em São Paulo, dos jogos que ocorrem aqui, não necessariamente hoje, é que vão sair os competidores”, conta.

Segundo a técnica, Michele Veruska, de 40 anos, a experiência de atender esse público é maravilhosa, pois o que não falta é disciplina e dedicação por parte dos atletas.

“É uma experiência maravilhosa e única, eles são responsáveis, amam o que fazem. Boa parte desses atletas volta a ser jovem quando começa a participar desses jogos. Muitos tiveram que assumir responsabilidades muito cedo, então, agora se dedicam ao máximo”, conta orgulhosa.

Ela conta que veio de São Paulo em 2010, para aperfeiçoar e melhorar a equipe aqui na Capital, e ressalta a ambição de participar da superliga de vôlei adaptado.

“Em São Paulo a modalidade é uma realidade, diferente daqui, lá tem vários polos. No primeiro ano não participamos da seletiva, agora vamos participar e serão 5 equipes selecionadas”, comenta com expectativa.

Uma forma de reviver, assim Elizabete Utriachi, de 64 anos, define o esporte em sua vida. Sofrendo com artrite, ela estava em uma cadeira de rodas há um ano, quando decidiu mudar sua história.

“O vôlei adaptado me devolveu a vontade de viver, melhorou minha qualidade de vida, tive problema de saúde, estava em uma cadeira de rodas, todos pensam que não somos capazes. Mas, se sairmos das nossas casas para fazer algo que gostamos, vai valer a pena. O importante é começar, o esporte não tem como reviver”, finaliza, mandando um recado.

“Então, temos que sair do sofá, não ficar só no crochê”, termina entre risos.