Política

22/03/2019 11:45

Com cruzes nas mãos, professores protestam contra Reforma da Previdência em Campo Grande

Projeto estipula idade mínima para aposentadoria e solicita 30 anos de contribuição para várias categorias

22/03/2019 às 11:45 | Atualizado 23/03/2019 às 07:03 Dany Nascimento
André de Abreu

Com escolas paralisadas nesta sexta-feira (22), professores da Rede Municipal e Estadual de Ensino cruzaram os braços e realizaram um protesto contra o projeto da Reforma da Previdência. Em Campo Grande, cerca de 6 mil profissionais se reúnem na Praça do Rádio Clube Campo e percorrem cinco ruas em repúdio à proposta do Governo Federal.

Presidente do Sisem, Marcos Tabosa diz que a intenção do governo de Jair Bolsonaro (PSL) é fazer o trabalhador pagar por um erro que não cometeu. “Já fizemos um ato que demonstra o sepultamento dos nossos direitos, agora seguimos para uma passeata pela cidade, demonstrando que não vamos deixar que conquistas sejam enterradas. O governo quer acabar com o direito do trabalhador brasileiro e ainda chama de privilégio, não é privilégio, é direito”.

Os professores e apoiadores da manifestação carregam uma cruz nas mãos, demonstrando que o direito está sendo enterrado, cartazes com frases contra senadores e deputados federais de Mato Grosso do Sul. Além disso, carregam cartazes com a imagem de Jair Bolsonaro e frases contra as propostas apresentadas durante sua gestão.

A passeata segue pela Avenida Afonso Pena, vira na Rua Rui Barbosa, desce a Avenida Maracaju, em seguida os manifestantes seguem pela Rua 13 de Maio e encerram a passeata na Avenida Afonso Pena, cruzamento com 13 de Maio. De acordo com Tabosa, atos políticos colaboraram para o rombo indicado pelo governo na previdência.

“Não fomos nós que fizemos essa conta, não podemos pagar por erros de políticos corruptos desse país. Não vamos aceitar essa atitude do governo, queremos ser ouvidos, precisamos manter nossos direitos”, diz o presidente.

A professora Silvana Saturnino, 41 anos, disse ao TopMídiaNews que a intenção da categoria é manter as mãos dadas contra o projeto de Lei. “Vamos continuar unidos, mostrando para esse governo que ele não pode tomar uma decisão unilateral contra a população. Precisamos que ele retire esse projeto que enterra nossos direitos”.

Assim como Silvana, o professor André De Paula, 34 anos, afirma que a proposta apresentada pode ser considerada uma piada. “Temos que pensar assim, porque realmente é uma piada esse projeto. Ele não consultou a categoria, não consultou a população, ele tomou essa decisão sozinho e isso é um absurdo”.

Reforma

Caso a reforma seja aprovada, os professores passam a se aposentar com 60 anos de idade e pelo menos 30 anos de contribuição.  Atualmente não existe idade mínima para aposentadoria da categoria e o tempo de contribuição é de 25 anos para mulheres e 30 anos para homens.

De acordo com o Projeto de Lei, nos dois casos é necessário comprovar tempo de efetivo exercício das funções de magistério na educação infantil, fundamental ou médio.