22/02/2019 12:54
Mães e funcionários denunciam maus-tratos em creche ilegal em Campo Grande
Crianças que foram parar em hospital, ingeriram fezes, foram ameaçadas e sufocadas estão entre os casos denunciados
Diversos relatos contra espaço que funcionaria irregularmente como creche viraram caso de polícia em Campo Grande. Por si só, a falta de alvará próprio já seria um problema, mas casos relatados por mães e ex-funcionários apontam para situações graves de maus-tratos a crianças em local chamado ‘Espaço Criança’, no Jardim Parati.
Entre as denúncias, há casos de crianças que precisaram ser internadas por problemas de saúde decorrentes da falta de higienização. Sem cuidados por profissionais capacitados, as crianças ingeriam e tomavam banho com água de tanque, e teria havido até mesmo um caso em que uma delas ingeriu fezes de um vaso sanitário que estava entupido.
O relato foi publicado no Facebook por uma ex-funcionária. “A dona do lugar ameaça as crianças com chinelo, quando choravam muito colocavam no cadeirão e apertava a bochecha e assoprava para a criança perder o fôlego. Na hora de dormir, colocava crianças em uma rede no mínimo cinco crianças, com travesseiro em cima para não chorar, sem uma ventilação adequada”, diz na publicação.
Ela acusa ainda que funcionários ficavam sem receber salários e havia presença constante de agiotas no local. A mulher incentiva que outras mães entrem em contato para que mais denúncias sejam encaminhadas e o local seja fechado.
Outro lado
A reportagem tentou entrar em contato com a suposta proprietária, que se chamaria Beatriz Mendes da Silva, mas sem sucesso. Em pesquisa na internet, não há qualquer resultado sobre a unidade que funcionaria como creche, apesar de o local aparecer em busca de imagem pelo endereço citado.
A prefeitura de Campo Grande também foi procurada para confirmar a legalidade ou não da atividade exercida no local. A resposta encaminhada pela assessoria de imprensa informa que a Semed (Secretaria Municipal de Educação) é responsável pela fiscalização de escolas que atendem apenas a Educação Infantil, ou seja, crianças de zero a cinco anos, onde técnicos da inspetoria fazem visitas regulares nesses espaços.
O setor de Coordenadoria de Normatização das Políticas Educacionais da pasta deve encaminhar dois inspetores escolares para verificar a situação do espaço citado na denúncia.