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11/02/2019 10:29

Tia de vítima tenta liberar corpo no IML e acusa: 'Flamengo não está trazendo nada'

Família foi responsável por providenciar exames que comprovassem a identidade de vítima de incêndio no Ninho do Urubu

11/02/2019 às 10:29 | Atualizado 11/02/2019 às 09:33 Da redação / Meia Hora
Reprodução / Meia Hora

Simone de Souza, tia de uma das vítimas fatais da tragédia ocorrida no Ninho do Urubu, reclamou neste domingo da postura do Flamengo. Na chegada ao Instituto Médico Legal (IML) para tentar a liberação do corpo de seu sobrinho, Jorge Eduardo, ela reconheceu que o clube tem prestado apoio à família, mas o acusou de não ter os documentos necessários para identificar o garoto.

"O Flamengo não tem arcada dentária, o Flamengo não tem nada do Jorge Eduardo. A arcada dentária que eles falam que têm é aquele orçamento que fazem no dentista, foi isso que apresentaram para a gente e não é suficiente. Tão dando todo o apoio, mas para liberar o corpo, é a gente que está indo atrás", declarou aos repórteres.

Simone explicou que a família foi responsável por providenciar exames que comprovassem a identidade de Jorge Eduardo e permitissem a liberação do corpo. "A única coisa que eu quero é tirar ele daqui. Aqui está toda a documentação, tudo que precisa para levar meu sobrinho embora. É a única coisa que precisa, isso aqui. O Flamengo não está trazendo nada, quem está trazendo sou eu."

Jorge Eduardo, de 15 anos, foi um dos dez garotos mortos no incêndio ocorrido no alojamento das categorias de base do Flamengo no Ninho do Urubu nas primeiras horas da última sexta-feira. Simone se emocionou ao falar dos sonhos do sobrinho, que teve a trajetória interrompida pela tragédia.

"Ele queria ajudar os pais, era a preocupação dele. Só isso. Tinha um futuro brilhante pela frente, que foi interrompido por isso que aconteceu. Ele ia fazer 16 anos agora, dia 14. Era uma pessoa maravilhosa, o sonho dele era o futebol. Sempre gostou de jogar bola", comentou.

A tia de Jorge Eduardo contou que os pais do garoto, que vivem em Além Paraíba-MG, pensavam em ir para o Rio para que ele não precisasse mais morar no CT. "O empresário queria trazer os pais dele para ficarem mais perto, para que ele não precisasse morar no Ninho do Urubu. Mas, infelizmente, não deu tempo."