Política

05/02/2019 10:30

MDB perde o rumo no Senado; Simone pode comandar CCJ, principal comissão da Casa

Senadora sul-mato-grossense enfrenta de novo cacique Renan; no 1º round, venceu senador alagoano

05/02/2019 às 10:30 | Atualizado 06/02/2019 às 13:51 Celso Bejarano
Senadora Simone Tebet - André de Abreu/Arquivo

Passados três dias da derrota do senador Renan Calheiros (MDB-AL) para Davi Alcolumbre (DEM-AP), o mais novo presidente do Senado, nem os mais experientes especialistas políticos sabem bem ao certo que rumo vai tomar o MDB no Senado daqui em diante. 

Um dos desfechos estudados pode favorecer a senadora sul-mato-grossense Simone Tebet, que tentou desbancar a candidatura do mais forte emedebista em Brasília, Renan Calheiros.

Num embate direto, Simone perdeu a queda de braço para Renan, que foi indicado para disputar entre os emedebistas o comando do Senado com Alcolumbre, por sete votos a cinco.

No entanto, quem mais amargou estragos foi Calheiros, que viu seu reinado, que já durava década, sumir da noite para o dia. Agora, os dois já se preparam para um segundo round.

Simone pode herdar a chefia da CCJ (Comissão de Constituição e Justiça), a mais importante do Senado. Renan e os parceiros mais próximos também estão de olho no cargo.

Embora Simone tenha dito que não está atrás de apoios para comandar a CCJ, o nome dela tem sido citado pela atuar direção do Senado, inclusive por Alcolumbre, o presidente da Casa.

Por ser a maior bancada – o MDB é dono de 13 dos 81 mandatos – o partido de Renan teria o direito de indicar o nome de quem comandaria a CCJ.

Contudo, o próprio Alcolumbre questionou a tradição mantida já há mandatos passados. Ao UOL, o presidente se manifestou acerca do caso: “a tradição era eleger um presidente do MDB, que tinha a maior bancada, e se elegem um presidente do DEM”.

Ele disse também ao UOL que amanhã, quarta-feira (6), ele vai se reunir com os senadores para debater a questão da distribuição de cargos.

Na publicação, Simone deu sua opinião sobre a chamada proporcionalidade.

"Venhamos e convenhamos: a presidência da CCJ não pode ficar com o grupo derrotado do MDB", disse a senadora em discurso no Senado, ontem (4).

"Os dois maiores partidos que apoiaram o presidente Davi foram vitoriosos e já ocuparam esses espaços. O MDB perdeu a proporcionalidade. Agora, vamos tentar recuperar a proporcionalidade com companheiros que estejam em sintonia com a gestão da nova Mesa Diretora", afirmou Tebet.

* Matéria alterada para correção na quantidade de senadores do MDB, que são 13 ao invés de 12.