Polícia

24/01/2019 09:30

Adolescentes que torturaram garota e zombaram da Justiça seguem 'desaparecidas'

Espancamento foi transmitido ao vivo pelas redes sociais e ocorreu no bairro Guanandi

24/01/2019 às 09:30 | Atualizado 24/01/2019 às 16:20 Thiago de Souza
Print mostra confissão de tortura por adolescente

A Polícia Civil ainda não localizou o paradeiro de duas adolescentes que confessaram tortura de uma garota de 16 anos, em uma residência do bairro Guanandi, em Campo Grande, em 7 de janeiro deste ano. A motivação para a sessão de espancamento, que foi transmitido ao vivo nas redes sociais, seria em função de ciúmes.  

Conforme o delegado Fábio Sampaio, da Delegacia Especializada de Proteção à Infância e à Juventude, Deaij, não há novidades no caso e somente é feita a busca pelas suspeitas, ambas com 16 anos.  

Os crimes atribuídos às duas menores são tortura e lesão corporal dolosa. Outra mulher está  envolvida no crime, é maior de 18 anos, mas não foi informado se ela prestou depoimento ou foi localizada.

Delegado diz que adolescentes de 16 anos estão desaparecidas. (Foto: Thiago de Souza)

As duas suspeitas procuradas prestaram depoimento ao delegado Sampaio. A polícia descobriu, por meio de análise dos telefones celulares, que as menores zombaram da justiça, onde escreveram nas redes sociais que a punição para adolescentes é pequena.

Uma das envolvidas escreveu, no WhatsApp, que queria assassinar a vítima e só não tirou a vida dela porque as comparsas não deixaram. Em todas as falas, ficam evidente a frieza e a falta de compaixão em relação à vítima.  

O caso

No dia das agressões, a vítima foi até uma casa no Guanandi após uma colega a convidar para tomar tereré. Porém, tudo não passava de uma emboscada e ela foi covardemente agredida.

O motivo seria a desconfiança de uma das agressoras. Ela acreditava que a vítima poderia ter um relacionamento com o seu namorado e resolveu partir para a agressão, mesmo a adolescente espancada negar qualquer relacionamento amoroso com o rapaz.

Assim que as agressões começaram, uma das suspeitas iniciou uma transmissão ao vivo para um grupo no WhatsApp, chamado ''As Bandidas''. Enquanto o espancamento seguia, a irmã da vítima recebeu prints das torturas e acionou a polícia.

A vítima ficou em poder das suspeitas por cerca de duas horas. Ao final da tortura, parte das envolvidas tentou limpar a menor e fazer com que os hematomas diminuíssem.