14/01/2019 18:39
Governo estima retomada da obra da UFN III em 8 meses, mas Petrobras revela equívoco
A fábrica estava sendo negociada com o conglomerado russo Acron Group
O Governo de Mato Grosso do Sul aguarda com expectativa a retomada do processo de transferência do controle acionário da Unidade de Fertilizantes Nitrogenados (UFN III), empreendimento em construção pela estatal em Três Lagoas. Em entrevista, o secretário estadual de Meio Ambiente, Desenvolvimento Econômico, Produção e Agricultura Familiar, Jaime Verruck chegou a dizer que a obra seria retomada em oito meses, mas a Petrobras destaca que houve um equívoco.
A fábrica estava sendo negociada com o conglomerado russo Acron Group. Segundo a assessoria do governo, a decisão do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), ministro Dias Toffoli, suspende liminar imposta pelo ministro Marco Aurélio, em 19 de dezembro de 2018, revalidando o edital lançado pela Petrobras e beneficiando diretamente as negociações da UFN III com o grupo russo.
No entanto, a Petrobras informa que a decisão liminar não significa retomada do edital, que é uma unidade industrial, e sim com campos de Exploração e Produção (E&P). "A companhia retomará a publicação de eventuais oportunidades relacionadas a novos projetos de desinvestimentos de E&P, seguindo o curso normal de seus negócios", enfatiza.
O caso
Em entrevista ao Bom Dia MS, da TV Morena, nesta segunda-feira (14.01), o secretário disse que o Estado tem plena convicção de que, mantido o edital, o processo de renegociação entre a Petrobras e a Acron seja retomado na fase suspensa pela liminar e que as obras, hoje paralisadas, tenham seu reinício no prazo de oito meses.
“A Acron tem total interesse no negócio, isso ficou claro na reunião que tivemos com o grupo, em novembro de 2018”, disse Verruck. “Nos últimos dois meses nós tivemos praticamente três reuniões com os gestores da empresa, discutindo a questão dos incentivos fiscais e o fornecimento do gás natural da Bolívia para o empreendimento, inclusive com a elaboração de um pré-contrato para a aquisição desse gás”, acrescentou. No entanto, a Petrobras destaca que a decisão não está relacionada com a fábrica.
* Matéria alterada às 10h47 de 15/1 para correção de informações