14/01/2019 07:31
Battisti irá a presídio na periferia de Roma ao chegar na Itália
Italiano foi preso na Bolívia e embarcou em voo para Itália no domingo (13)
O italiano Cesare Battisti será levado para Rebibbia, um presídio na periferia de Roma, após chegar ao aeroporto de Ciampino, na manhã desta segunda-feira (14). Na Itália, ele deverá cumprir pena por quatro mortes cometidas nos anos 1970. Ele nega ter cometido os assassinatos.
Battisti, que foi preso em Santa Cruz de La Sierra (na Bolívia), foi entregue às autoridades italianas. Ele embarcou no domingo (13) para Itália em um voo sem escala no Brasil, como estava inicialmente previsto.
A polícia montou um esquema de segurança para levá-lo até o presídio. No trajeto, patrulhas fecharão os acessos para que o comboio chegue rapidamente ao presídio, segundo o jornal “Corriere della Sera”.
Battisti foi condenado à prisão perpétua em 1993 sob a acusação de ter cometido quatro assassinatos na Itália na década de 70.
Como os crimes foram cometidos antes de 1991, quando houve uma mudança na legislação italiana, ele terá alguns benefícios, como sair da cadeia por curtos períodos se apresentar bom comportamento depois de ter cumprido 10 anos de pena, de acordo com o jornal Bom Dia Brasil.
Como ele foi julgado à revelia, a defesa também pode tentar um novo julgamento.
Entenda o caso
Battisti fugiu da Itália, viveu na França e chegou ao Brasil em 2004. Ele foi preso no Rio de Janeiro em março de 2007 e, dois anos depois, o então ministro da Justiça, Tarso Genro, concedeu refúgio.
Em 2007, a Itália pediu a extradição dele e, no fim de 2009, o STF julgou o pedido procedente, mas deixou a palavra final ao presidente da República. Na época, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva negou a extradição.
Em setembro de 2017, o governo italiano pediu ao presidente Michel Temer que o Brasil revisasse a decisão sobre Battisti.
No fim do ano passado, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu ao STF que desse prioridade ao julgamento que poderia resultar na extradição.
Um mês depois do pedido da PGR, o ministro Luiz Fux mandou prender o italiano e abriu caminho para a extradição, no início de dezembro.
Na decisão, o ministro autorizou a prisão, mas disse que caberia ao presidente extraditar ou não o italiano porque as decisões políticas não competem ao Judiciário.
No dia seguinte da decisão de Fux, o então presidente Michel Temer autorizou a extradição de Battisti.
Desde então, a PF deflagrou uma série de operações para prender Battisti. No final de dezembro, a PF já tinha feito mais de 30 operações na tentativa de localizar o italiano.
Battisti nega envolvimento com os homicídios e se diz vítima de perseguição política. Em entrevista em 2014 ao programa Diálogos, de Mario Sergio Conti, na GloboNews, ele afirmou que nunca matou ninguém.