Política

03/01/2019 12:01

Setor produtivo de MS defende Marun: essencial para construção da ponte sobre o Rio Paraguai

Fiems, Fecomércio-MS, Famasul, Faems e OAB/MS saíram em defesa do ex-ministro

03/01/2019 às 12:01 | Atualizado 03/01/2019 às 12:02 Redação/Fiems
Wesley Ortiz

A manutenção da nomeação do ex-ministro da Secretaria de Governo, Carlos Marun (MDB), para o Conselho da Itaipu Binacional é mais uma garantia da construção da ponte sobre o Rio Paraguai, que vai ligar Porto Murtinho (MS) a Carmelo Peralta (PY) e tem previsão de conclusão em 2021. É o que diz o setor produtivo de Mato Grosso do Sul composto por Fiems, Fecomércio-MS, Famasul e Faems, bem como da OAB/MS (Ordem dos Advogados do Brasil em Mato Grosso do Sul).

Na opinião do presidente da Fiems, Sérgio Longen, essa obra é fundamental para a concretização da chamada Rota Bioceânica, que unirá os oceanos Atlântico e Pacífico, tornando-se ponto estratégico para a economia do Estado, pois aumentará o movimento das exportações e importações sul-mato-grossenses e de outras regiões do Brasil com o Paraguai, Argentina e Chile.

“O ponto positivo para nós é que, como será a Itaipu Binacional que vai financiar as obras da ponte entre Porto Murtinho (MS) e Carmelo Peralta (PY), a manutenção do ex-ministro Carlos Marun como conselheiro será uma grande oportunidade de mantermos os investimentos no empreendimento”, alegou. 

Ele ressalta que, por isso, os empresários do setor industrial de Mato Grosso do Sul dão os parabéns a Carlos Marun pela indicação ao cargo e congratulam o ex-presidente da República, Michel Temer, pela nomeação. “Também queremos destacar a sensibilidade do presidente Jair Bolsonaro de assegurá-lo no Conselho da Itaipu Binacional mesmo com toda a pressão contrária por parte de outros integrantes do atual Governo”, declarou.

O presidente da Fecomércio-MS, Edison Araújo, também avalia positivamente a manutenção de Carlos Marun no cargo. “Ele é do nosso Estado e ajudou a garantir esse investimento e com o Marun estando no Conselho da Itaipu Binacional fica tudo mais fácil. Com essa ponte, as nossas exportações e importações serão facilitadas, pois Mato Grosso do Sul está no coração do Mercosul, facilitando as coisas para o setor produtivo. As negociações para a agropecuária, indústria e comércio terão um incremento”, assegurou.

Para o presidente da Famasul, Mauricio Saito, foi uma decisão acertada do ex-presidente Michel Temer indicar o Carlos Marun pensando no setor produtivo de Mato Grosso do Sul. “O Marun, além de ser engenheiro e conhecedor de todo esse processo, pode auxiliar com o que ele tem de histórico sobre a Itaipu. Além disso, o fato de ter sido ministro traz um conhecimento profundo de como realizar esse trabalho. O setor agropecuário do Estado tem um grande ganho pelo fato de ter uma competitividade a mais em razão da logística de transporte da nossa produção para o mercado consumidor asiático. No lado cultural, essa nova oportunidade que será aberta com a Rota Bioceânica levará a possibilidade de incremento devido as trocas entre os povos dos países envolvidos”, analisou. 

O presidente da Faems, Alfredo Zamlutti, ressalta que é de extrema importância que Carlos Marun continue no Conselho da Itaipu Binacional para garantir a construção dessa ponte e abrir outras frentes de desenvolvimento para o Estado. “Não podemos esconder a atuação dele, pois o Marun costuma levar até o fim tudo que se propõe. Faz uma diferença brutal sua participação, pois é uma coisa com ele e outra sem ele. Essa ponte pode ajudar na economia do Estado e ele é imprescindível nesse projeto”, garantiu.

OAB

A continuidade de Carlos Marun à frente do Conselho da Itaipu Binacional também mobiliza a OAB/MS e o presidente Mansour Elias Karmouche elogia a decisão do presidente Jair Bolsonaro. “O Marun, como profissional técnico, tem conhecimento suficiente para ocupar esse cargo, ele já representou Mato Grosso do Sul como ministro da Secretaria de Governo do Michel Temer e tem todas as qualidades para isso. Ele já demonstrou, quando ministro, que tem capacidade e competência para trazer recursos para o nosso Estado”, ressaltou.

Mansour completa que Carlos Marun defende Mato Grosso do Sul e precisa do apoio das entidades representativas da sociedade civil para continuar à frente do Conselho. “Quanto mais pessoas do nosso Estado nós tivermos ocupando espaço no poder decisório para trazer desenvolvimento para cá, mas teremos a crescer. Com o Carlos Marun, aliado aos ministros Tereza Cristina (Agricultura) e Mandetta (Saúde), o Estado dará um salto de qualidade enorme”, projetou.

O conselheiro federal da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil), Ary Raghiant Neto, também considera positiva a permanência de Carlos Marun à frente do Conselho da Itaipu Binacional. “É Mato Grosso do Sul exportando os seus valores, que são pessoas comprometidas com o Brasil. A permanência dele, que foi ratificada pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, ajuda com que Mato Grosso do Sul tenha esperança no sentido do avanço dessa obra. Ele é uma pessoa comprometida com as políticas públicas do Estado e nesse novo Governo que inicia já com dois ministros do nosso Estado e agora com Marun renova a nossa esperança no desenvolvimento estadual”, garantiu.

Rota Bioceânica

A projeção é que a parte da Rota Bioceânica – 2.396 quilômetros entre Campo Grande (MS) e Antofagasta (Chile) – encurte a distância entre o principal parceiro comercial do Estado, a China, em 8 mil quilômetros, tornando assim os produtos brasileiros mais competitivos no mercado asiático. A obra depende da execução da ponte sobre o Rio Paraguai e a pavimentação de 500 quilômetros da rodovia do Chaco paraguaio, de Carmelo Peralta à fronteira com a Argentina, já em execução. Além da ponte em Porto Murtinho, os governos brasileiro e paraguaio autorizaram a construção de uma outra na fronteira, sobre o Rio Paraná, em Foz do Iguaçu (PR), totalizando investimentos de R$ 1 bilhão, incluindo obras viárias complementares. 

O valor será financiado pela Itaipu Binacional. Pelo que foi acordado entre os dois governos e pela diretoria de Itaipu, a parte paraguaia da usina financiará a construção da ponte em Mato Grosso do Sul. De acordo com o Departamento Nacional de Infraestrutura (Dnit), os procedimentos para a construção devem ser iniciados já a partir deste mês de janeiro. A ponte entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta terá 500 metros de extensão e o projeto inclui a construção de um contorno rodoviário interligado à BR-267, de 11,9 quilômetros, sendo 10,457 quilômetros de pista e 1.460 metros em pequenas pontes de vazão necessárias no trecho, que sofre inundação durante cheia no Pantanal.

O Governo de Mato Grosso do Sul projeta incremento de cerca de R$ 200 milhões no primeiro ano de funcionamento dessa nova ponte sobre o Rio Paraguai. Conforme informações de estudo feito pelo Setlog/MS (Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística), no primeiro momento, circularão mercadorias de maior valor agregado, entrando na sequência às commodities.

A entidade ainda estima que, antes da finalização do asfalto no trecho paraguaio, o volume de cargas será intensificado com a ligação fluvial. As projeções do governo do Estado e do setor privado são otimistas. Entre os ganhos econômicos, está incremento na competitividade mundial, com encurtamento de distâncias e redução de tarifas com seu principal mercado, o asiático. 

Também são esperados ganhos na produção industrial e na cadeia que envolve o turismo e também o intercâmbio cultural e tecnológico. A autorização para construção da ponte entre Porto Murtinho e Carmelo Peralta foi assinada no dia 21 de dezembro do ano passado pelo então presidente Michel Temer e pelo presidente do Paraguai, Mario Abdo Benítez, se traduz em um avanço extraordinário e concreto para consumar a integração latina.