Política

02/01/2019 12:44

Mourão chama nomeação de Marun de ‘prêmio’ e pede ‘cabeça’ de ex-ministro

"Pode não ser ilegal, mas não foi ética", declarou o vice-presidente

02/01/2019 às 12:44 | Atualizado 02/01/2019 às 12:46 Diana Christie
Antonio Cruz/Agência Brasil

O vice-presidente Hamilton Mourão pediu a ‘cabeça’ do ex-ministro Carlos Marun (MDB), nomeado conselheiro da Itaipu pelo ex-presidente Michel Temer, também emedebista. Na avaliação do vice, a escolha foi um “prêmio” pela fidelidade ao governo anterior e precisa ser revista por Jair Bolsonaro (PSL).

"Pode não ser ilegal, mas não foi ética. Todo mundo sabe que o ex-presidente fez isso como prêmio. Depende (a anulação do ato ou não) do presidente, amanhã na reunião ministerial pode ser um tema, Onyx ficou de levar o que precisa ser feito", disse Mourão em entrevista à colunista Andréia Sadi, do G1.

Nesta quarta-feira (2), Carlos Marun entregou o cargo na Secretaria de Governo ao seu sucessor, general Carlos Alberto dos Santos Cruz. Durante a solenidade, ele disse que deixa o Palácio do Planalto “com a sensação da vitória”. "Tivemos enfrentamentos e perseguições. Mas aprendemos a navegar por essas tempestades e deixamos essa Casa com o dever cumprido".

A Itaipu, usina que fornece energia para o Brasil e o Paraguai, possui um Conselho de Administração composto por doze conselheiros, seis deles brasileiros e seis paraguaios, e dois representantes dos Ministérios das Relações Exteriores, um de cada país. O Conselho de Administração reúne-se a cada dois meses ou em convocação extraordinária.

A empresa emprega em torno de 3 mil funcionários. Dois diretores comandam a usina – Marcos Vitório (brasileiro) e José Alberto Alderete Rodriguez (paraguaio), cujos salários de cada um beiram a casa dos R$ 70 mil. Marun, se Bolsonaro não revogar a nomeação, tem garantido emprego até 2020 com salário de R$ 27 mil por mês.