Campo Grande

04/01/2019 18:10

Morte de Gabrielly poderia ser evitada? Especialista ensina como intervir em brigas de crianças

O espancamento de menina de 10 anos após briga com aluna da mesma idade levanta questionamentos sobre papel dos adultos

04/01/2019 às 18:10 | Atualizado 05/01/2019 às 09:40 Nathalia Pelzl
Arquivo TopMídiaNews

A história de Gabrielly Ximenes de Souza, 10 anos, que morreu dias após ser agredida por três colegas da escola Lino Vilachá, que fica no bairro Nova Lima, levanta o questionamento de como devemos agir quando crianças começam a brigar.

Nossa equipe conversou com a Pedagoga, Mestre em Educação, Erika Karla Barros da Costa, que também é Coordenadora do Curso de Pedagogia do centro Universitário Anhanguera de Campo Grande, para saber qual a melhor alternativa.

Para Erika, muitos são os fatores que influenciam conflitos, desde uma simples brincadeira, um apelido ou até variações de humor, devido ao cansaço e a fome, podem gerar brigas e conflitos.

“O diálogo (tanto na escola quanto em casa) é a melhor alternativa para evitar ou resolver conflitos e agressões. Uma forma de lidar com uma criança excessivamente agressiva é prevenir esse comportamento em primeiro lugar", destaca.

"Muitas crianças mostram um padrão claro para seu comportamento; podendo ser agressivos somente quando estão em sua “zona de conforto” (em casa) ou quando estão no convívio com seus pares e precisam resolver conflitos”, comenta a pedagoga.

Sobre a postura a ser adotada diante de uma agressão, Erika ressalta que tanto os pais quanto os educadores precisam ser firmes para que as situações que envolva brigas, discussões ou até agressões sejam prevenidas. 

“No momento da briga, o primeiro passo é separar os envolvidos e acalmá-los. Posteriormente, dialogar com a mediação da coordenação ou orientação educacional. É muito importante que se crie espaço para que as crianças e adolescentes se expressem, pois verbalizar o que sente e o que pensa é fundamental para a organização do pensamento e do sentimento”, pontua sobre agressões no âmbito educacional.

A pedagoga reforça que a escola deve sim interferir, levando os envolvidos a refletir sobre o motivo que desencadeou a briga e qual a responsabilidade de cada um naquele ato e que os pais devem ser informados do corrido e do posicionamento da escola perante a situação.

“Os pais cumprem um papel essencial na prevenção e identificação de conflitos recorrentes envolvendo seus filhos. É necessária a parceria com a escola. Os pais precisam se conscientizar de que a escola é parceira e que quando os pais são convidados a vir até a escola para tomar ciência de algum conflito ou situação envolvendo seu filho, não é perseguição ou algo pessoal e sim para que juntos, escola e família resolvam da melhor forma as situações que surgirem”

Erika comenta que é na escola que as crianças aprendem mais sobre socialização e entender mais sobre respeito e limite, e que por meio de regras estabelecidas, as crianças trocam experiências umas com as outras, aprendendo e trocando conhecimentos.