11/12/2018 07:00
Estudantes suspeitas de espancar Gabrielly podem se livrar de punição judicial
Menina de 10 anos morreu dias após ser agredida por colegas de escola
O caso envolvendo a morte de Gabrielly Ximenes, de 10 anos, espancada no dia 29 de novembro ao sair da escola Lino Villachá, na zona norte, em Campo Grande, revoltou e está gerando questionamento sobre o que vai acontecer com as envolvidas, uma vez que as três são menores de idade.
Em conversa com o advogado Douglas Queiroz, ele ressaltou que a questão é muito delicada, pois apenas duas das envolvidas podem receber algum tipo de punição. Dependendo ainda das duas serem indiciadas.
“As duas envolvidas de 14 anos podem responder na Justiça por ato infracional segundo o ECA (Estatuto da Criança e do Adolescente). Já a outra envolvida, que teria 10 anos, ficaria isenta de qualquer responsabilidade”, fala.
O advogado ressalta ainda que os pais da agressora de 10 anos podem responder civilmente, caso a família entre na Justiça e peça indenização. Ele lembra que, caso a família prove que a escola tenha omitido socorro, também cabe indenização.
A família diz que vai recorrer à Justiça por acreditar que a morte da menina foi uma sucessão de erros. "Este caso começou na escola com a agressão e depois no hospital. Tudo isso resultou na morte da minha sobrinha. A cirurgia dela foi um sucesso, as paradas cardíacas ocorrem depois, quando ela estava em observação", comentou o tio de Gabrielly.
Eles podem chegar a receber uma indenização da família das três envolvidas, caso a Justiça determine. O caso é investigado pela Polícia Civil de Campo Grande e corre em segredo de justiça por envolver menores de idade.
O caso
Gabrielly Xinemes teria sido espancada na escola por uma criança de 10 anos e outras duas meninas de 14 anos há duas semanas, na Capital. A família teria acionado o Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) e a criança foi atendida na Santa Casa de Campo Grande. A assessoria de imprensa do hospital informou que Gabrielly passou por exames e nenhuma lesão foi constatada.
Já em casa, a menina começou a reclamar de dores na virilha. Ela foi levada para uma Unidade de Saúde, em seguida para o CEM. “Colocaram uma tala na perna dela, mas ela sentiu mais dores ainda. A dor era na virilha e não na perna. Chegou um momento que minha filha começou a ficar muito febril e não andava mais, daí levamos ela novamente na Santa Casa”, conta o pai.
A menina deu entrada na Santa Casa, passou por exames, que constataram que a menina estava com infecção no líquido e tecidos de uma articulação, geralmente causada por bactérias, mas ocasionalmente por vírus ou fungos. Ela passou por cirurgia, teve quatro paradas cardiorrespiratórias e não resistiu vindo a óbito no dia 6 de dezembro.