há 5 anos
Além da fronteira: em 2018, mortes por execução chocaram Campo Grande
Vítimas tinham em comum passado problemático com a Justiça
Tiros certeiros para matar, método quase corriqueiro da região fronteiriça em execuções, acertaram em vítimas em Campo Grande. Três delas ganharam destaque na imprensa pelo perfil similar, com o alvo sendo surpreendido durante a rotina e com disparos de calibres pesados.
Em outubro, o empresário Marcel Hernandes Colombo, 30 anos, conhecido como 'Playboy da Mansão', foi morto a tiros enquanto estava em um bar na madrugada do dia 18 daquele mês, na Avenida Fernando Correia, região central de Campo Grande. O suspeito chegou ao local em uma motocicleta e realizou vários disparos. Marcelo morreu no local.
Colombo tinha extenso histórico de problemas com a Justiça. Foi preso no final de 2017 durante a Operação Harpócrates, da Polícia Federal com apoio da Receita Federal. Ele foi apontado como parte de quadrilha que trazia mercadorias ilegais de outros países e revendia em Campo Grande, sem o pagamento de impostos.
Polêmico, o empresário já havia sido preso por desacato a policiais após realizar uma festa em mansão no bairro Carandá Bosque. Na época, na delegacia, o playboy chegou a zombar de uma equipe de reportagem que estava no local, dizendo que logo estaria solto e que a vida só estava difícil para quem estava trabalhando na manhã de uma quinta-feira.
Em junho deste ano, ele foi absolvido pela Justiça Federal pelos crimes de tráfico de mercadorias e falsificação de moeda. Porém, foi condenado pelos crimes de sonegação fiscal e posse de arma de fogo.
Poucos dias depois, Orlando da Silva Fernandes, 41 anos, foi executado a tiros de fuzil na Rua Amazonas esquina com a Enrramada, na Vila Gomes, em Campo Grande. Conhecido como ‘Bomba’, ele era segurança de Jorge Rafaat, um dos líderes do tráfico na fronteira assassinado em 2016.
Ao menos 40 cápsulas de calibre 556 foram achados no local, no fim da tarde do dia 26 do mês citado. A vítima estava com 240 mil em cheques e aproximadamente 2 mil reais em espécie e saía de uma barbearia. Orlando atravessava a rua em direção a sua caminhonete Hilux branca quando foi atingido.
Em novembro, Cláudio da Silva Simão, foi morto a tiros quando chegava na própria casa na manhã, no Jardim Bela Vista, em bairro nobre de Campo Grande. Seu filho Gabriel, de 23 anos de idade, havia ido com um amigo buscar o pai no aeroporto, que chegara do Rio de Janeiro.
Assim que abriu o portão da garagem, um veículo com supostamente dois homens teria se aproximado e dele foram disparados tiros de pistolas, que atingiram o dono de mineradora e o filho. Atingido nos braços e costas, Cláudio morreu no local. O filho Gabriel ficou ferido e em estado grave. O amigo que o acompanhava saiu ileso.
Os problemas de Cláudio com a Justiça envolvem a emissão de um cheque sem fundos no valor de R$ 39 milhões em julho do ano passado a um credor que também era seu sócio. Hoje, reajustado, o débito é de R$ 40.188.400,43.